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UNIDADE INTERNACIONAL
Movimento Sindical e Igreja Católica unidos em defesa da classe trabalhadora e do emprego
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24 de Novembro de 2017


Arquivo Pessoal
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Os desafios enfrentados pela classe trabalhadora de todo o mundo, como a exploração, diminuição dos postos de trabalho com o avanço da tecnologia, precarização nas condições do emprego e das contratações, entre outros temas que envolvem o mundo do trabalho foram debatidos no Vaticano com representantes de organizações sindicais de todos os continentes, da Igreja Católica e especialistas na área.

O objetivo foi fazer um intercâmbio de informações sobre a realidade vivida nos países e construir uma agenda internacional de ações solidárias e unitárias para enfrentar essa onda de retrocesso que vem avançando assustadoramente em todo o mundo.

O Papa Francisco afirmou em uma encíclica que “a política não deve submeter-se à economia, e esta não deve submeter-se aos ditames e ao paradigma eficientista da tecnocracia. (...) hoje precisamos imperiosamente que a política e a economia, em diálogo, se coloquem decididamente a serviço da vida, especialmente da vida humana”. Para os(as) sindicalistas que participaram do encontro, essa defesa do Papa aos direitos humanos fortalece e anima a luta do movimento sindical como um todo por um mundo melhor, fraterno, igualitário e mais justo.

Quanto ao avanço tecnológico na produção e no cotidiano da população mundial, na opinião dos(a) participantes, não vem garantindo benefícios a todos os envolvidos – trabalhadores(as), sociedade e mercado. Segundo o cardeal Peter Turkson, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano e organizador do encontro, a evolução tecnológica das últimas décadas não tem produzido ganhos compartilhados com os(as) trabalhadores(as) na forma de criação de mais empregos e melhores condições de trabalho, também apontando para o risco de retrocessos: “O fato de que a tecnologia subtraia trabalho ao ser humano é um desafio para o mundo moderno. O risco é que homens e mulheres façam um trabalho escravizado”.



Carmen Foro, Aristides Santos e Alberto Broch com o Rev. P. Carlos A. Accaputo (diretor Pastoral Social de Buenos Aires, Argentina).

SITUAÇÃO BRASILEIRA

Os(as) sindicalistas brasileiros(as) presentes no Encontro Internacional de Organizações Sindicais, que teve como tema "O Trabalho e o Movimento dos Trabalhadores no centro do desenvolvimento humano integral, sustentável e solidário", denunciaram os ataques do governo ilegítimo de Michel Temer aos direitos sociais e trabalhistas, com a aprovação da reforma trabalhista e da terceirização, da Emenda Constitucional 95 – que limita por 20 anos os investimentos em políticas sociais, a tentativa de desmontar a Previdência Social e de flexibilizar o conceito do trabalho escravo, o corte drástico no orçamento da União para a agricultura familiar em 2018, entre outros retrocessos.

A CONTAG esteve representada pelo presidente, Aristides Santos, e pelo vice-presidente e secretário de Relações Internacionais, Alberto Broch. “Foi um dos eventos mais importantes que participamos, onde tivemos a oportunidade de discutir a situação do trabalho no mundo, o capitalismo, a exclusão, a informalidade, o avanço tecnológico, enfim, analisar o mundo de hoje e transformá-lo em um mundo mais solidário, mais humano e que a riqueza possa ser repartida para todos e não somente para alguns”, avaliou Broch.

O presidente da CONTAG, Aristides Santos, também ficou muito satisfeito com os encaminhamentos e resultados do encontro. “O documento com as conclusões do evento e todas as discussões que participamos apontam para a necessidade de construirmos uma ampla unidade internacional das organizações da classe trabalhadora para enfrentar o capital, enfrentar a quarta Revolução Industrial que já começou, que traz a tecnologia para o centro do desenvolvimento, esquecendo que as pessoas e o trabalho são mais importantes”, destaca Aristides, que deixa outro alerta enfatizado no encontro: “E o capital vem nessa lógica de cada vez mais dominar não só os povos, mas, inclusive, os governos”.

Os dois dirigentes da CONTAG informaram que saem do encontro com uma agenda de ações não só para o Brasil, mas para todo o movimento sindical mundial, para realizar ações unitárias e aperfeiçoar as estratégias de luta.



A vice-presidenta da CUT, que integra a Diretoria da CONTAG, Carmen Foro, também participou do encontro e destacou a importância do apoio do Papa Francisco à pauta do sindicalismo e da classe trabalhadora. “Francisco é um ícone na história do mundo e será um parceiro fundamental do movimento sindical internacional e das organizações sindicais, porque sua palavra tem alcance profundo e porque a Igreja Católica pode e muito contribuir com o processo de transformação que o mundo precisa neste momento”, reconhece Carmen.

O Encontro Internacional de Organizações Sindicais reuniu mais de 150 representantes de centrais sindicais, confederações, federações, sindicatos e outras organizações sindicais de trabalhadores(as) de mais de 40 países durante dois dias no Vaticano, no período de 23 e 24 de novembro. Também reuniu um grande número de cardeais, padres, especialistas de universidades renomadas da Itália, Estados Unidos e de outros países, e de representantes das Nações Unidas. Havia a expectativa de o Papa Francisco participar do encerramento do encontro, mas imprevistos em sua agenda o impediram. No entanto, o Papa enviou uma carta que foi lida e entregue a todos os(as) participantes.

Clique AQUI para ler a carta produzida pela CONTAG para o Papa Francisco (Versão em Português)

AQUI (Versão em Espanhol)

AQUI (Versão em Inglês) FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi, com informações da Rede Brasil Atual e da CUT.



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