"Ninguém entra e ninguém sai sem autorização". A determinação partiu do líder do Movimento de Luta pela Terra (MLT), Damião Muniz, após o fechamento dos portões da Coordenadoria de Desenvolvimento Agrário (CDA), em Ondina, com correntes e cadeados. Cerca de cem famílias pretendem ocupar a sede do órgão até que a pauta de reivindicação seja atendida. O grupo exige a liberação de duas fazendas através do Crédito Fundiário para assentar 72 famílias.
A chegada do movimento causou incômodo aos funcionários e transeuntes que resolviam problemas na CDA. Os postos de trabalho foram abandonados em prol da curiosidade e do barulho provocado pela assembléia da categoria. No portão, cerca de cinco carros aguardavam a liberação. Alguns chegaram a chamar a polícia, o que não conseguiu intimidar o movimento, que manteve o bloqueio na entrada e saída do órgão.
Durante a votação com os integrantes, optou-se por liberar aqueles que alegavam não fazer parte do quadro de funcionários da CDA. O diretor executivo do órgão, Luís Anselmo Pereira de Souza, aguardou o final da assembléia para iniciar a negociação. Os primeiros tópicos da pauta de negociação foram a compra das fazendas Mansão Formosa (Camaçari) e Cia Mar (Lauro de Freitas), através do Crédito Fundiário, ambas de responsabilidade da CDA.
O carro-chefe do MLT são as duas fazendas, mas o líder do MLT acusa os órgãos de descaso com a agricultura familiar. O diretor executivo da CDA, Luís Anselmo, explicou que a prioridade do governo estadual é desenvolver uma proposta para solucionar os problemas. "Recebemos a comissão e daremos encaminhamentos às solicitações amanhã (hoje) para acelerar o processo de negociação. Nossa equipe técnica vai discutir com o proprietário da fazenda Mansão Formosa, em Camaçari, a proposta para aquisição do imóvel", explicou o diretor, pontuando que a CDA intermediou as reuniões com outros órgãos. (MP) FONTE: Aqui Salvador ? BA