Apesar dos alertas referentes ao perigo da revacinação, 31 pessoas tiveram reações adversas após tomar a vacina contra a doença. Nem todos os casos são de mais de uma dose seguida. Há também os que não poderiam ser imunizados, como mulheres grávidas, bebês com menos de seis meses de idade, alérgicos a ovo e pacientes com baixa imunidade por problemas de saúde.
Na sexta-feira, a Secretaria de saúde do Distrito Federal contabilizava a internação de quatro pacientes com efeitos colaterais da imunização - que, quando feita mais de uma vez em curto período de tempo, pode causar náusea, febre, dores e até choque anafilático. Os pacientes apresentavam sintomas leves e já foram liberados
Além dos quatro casos confirmados em Brasília, uma mulher de 36 anos estava internada no Hospital Regional da Asa Norte em estado grave. Ela chegou ao hospital na quinta-feira da semana passada. No dia seguinte, entrou em coma e foi transferida para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O marido da paciente contou que ela tomou duas doses seguidas da vacina, mas ainda não foi confirmada a ligação entre a revacinação e o estado de saúde da mulher.
Ao comentar o caso, o subsecretário de Atenção à Saúde, Joaquim Barros Neto, mostrou-se irritado com a onda de boatos acerca da doença:
- Agora, se alguém entra no hospital espirrando, já dizem que é febre amarela. A gente está perdendo um tempo danado com isso, checando todas as notificações.
A Subsecretaria informou ainda que um jovem de 20 anos foi internado no Hospital Regional de Taguatinga com quadro de hepatite por ter tomado duas vacinas no mesmo dia e outra no dia seguinte. Depois de fazer alguns exames, ele acabou fugindo do hospital. (Leitores tiram dúvidas sobre a febre amarela)
- Ele foi internado com um quadro de infecção hepática. Evoluiu bem e acabou deixando o hospital até por vergonha por esse fato de completo desconhecimento do caso - disse Barros.
Em Goiás, a situação é ainda pior: números oficiais mostram que onze pessoas foram internadas queixando-se de efeitos colaterais causados pela suposta dupla vacinação contra a doença.
A quantidade de pessoas que passaram mal pode ser ainda maior, já que o repasse de informações entre as secretarias estaduais de saúde e o governo federal costuma demorar alguns dias.
Vacina pode causar mais de 400 efeitos adversos
Levantamentos retrospectivos sobre a vacina apontam mais de 400 efeitos adversos pós vacinal (EAPV). São listados sintomas como febre acima de 39 graus, vômito, enrijecimento dos músculos, alergia e problemas neurológicos. Segundo os especialistas, quando tomada em seu devido tempo, os efeitos adversos são mínimos.
A vacina contra a febre amarela tem validade de 10 anos. Quem toma mais de uma dose num curto intervalo de tempo pode sofrer efeitos colaterais. ( Leia Mais: Especialistas alertam para o perigo da revacinação )
- A vacina cobre, efetivamente, por dez anos. Então, são dez anos que você estará protegido, podendo ir para qualquer área endêmica que você queira. E quem estiver no período de cobertura vacinal não deve se vacinar - explica Barros.
Devem tomar a vacina as pessoas que vivem ou vão viajar para as áreas consideradas de risco. Quem tomou depois de 1999, não precisa tomar uma nova dose. A vacina contra febre amarela já foi relacionada a pelo menos duas mortes no país, segundo estudo médico.
Estado mais afetado com a febre amarela, Goiás recebeu mais 500 mil doses de vacina entre quarta quinta. De 1° de dezembro de 2007 até o último 15, quase 3 milhões pessoas já haviam se vacinadono estado. Só neste mês, já foram mais de 2 milhões. Segundo a Secretaria de Saúde, apenas 5% dessas pessoas realmente precisavam da vacina. FONTE: Globo Online ? RJ
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