Para tratar das questões acerca da educação no Brasil, representações de estudantes, profissionais, gestores de educação e movimentos sociais, dentre eles a CONTAG, participam desde quarta-feira da Conferência Nacional de Educação (CONAE 2014), 2ª edição do evento. São mais de 4 mil delegados e delegadas, que se reúnem em Brasília até este domingo, dia 23.
A CONAE acontece sob críticas, pois estava prevista para o mês de Março, e mesmo com a programação já organizada, foi adiada para novembro por decisão do ministro da Educação, Henrique Paim. Se realizada na data prevista, seria em um momento pertinente, pois não havia sido aprovado o Plano Nacional de Educação (PNE).
“A Conferência seria uma espécie de ajuste para algumas questões que estavam em discussão referente ao Plano. Com o adiamento, o plano foi aprovado no Congresso, e muito do que foi discutido nas conferencias municipais e regionais de preparação para a etapa nacional eram relacionadas a plano. Essas contribuições se perderam”, critica José Wilson, secretário de Políticas Sociais da CONTAG.
Ainda assim, a CONAE promove outros debates temáticos, que abordam e aprofundam temas como educação e diversidade, trabalho e desenvolvimento sustentável, justiça social, inclusão, direiros humanos, dentre outros que dialogam com os eixos propostos no PNE. Estes debates aconteceram ontem e hoje. Para os próximos dias estão previstas plenárias para debate coletivo das propostas tiradas das conferências preparatórias.
Um dos pontos altos da Conferência foi a visita da presidenta Dilma Rousseff, que esteve lá no inicio da tarde de ontem, e em seu discurso destacou a participação dos movimentos da educação na reeleição e reassumiu o compromisso de seu governo com a educação.
Articulação
Apesar dos problemas gerados pelo adiamento, José Wilson aponta como fator positivo a articulação dos movimentos sociais, que não se dispersaram da pauta. “Nós nos mantivemos organizados e estamos fortes na Conferencia. Os resultados virão pós conferencia, mas creio que vai haver um grande debate sobre as políticas públicas de educação, principalmente para o campo, pois há uma grande representação rural”, afirma. “Os movimentos estão preparados para questionar o governo a respeito da qualidade da educação, gestão pública e cumprimento de metas”, finaliza.
FONTE: Imprensa CONTAG - Gabriella Avila