O secretário do Ambiente do Rio de Janeiro e futuro ministro, Carlos Minc, disse ontem, ao desembarcar no Rio, que vai propor ao presidente Lula a participação das Forças Armadas na defesa dos parques nacionais e das reservas indígenas e extrativistas das florestas da Amazônia.
Ao admitir que considera a região o principal desafio de sua gestão à frente do Ministério do Meio Ambiente, Minc explicou que a intenção é "replicar" uma das medidas adotadas durante sua gestão à frente da Secretaria do Ambiente.
- Aqui no Rio nós criamos os guardas-parque. Ou seja, diante da insuficiência de fiscais, colocamos destacamentos do Corpo de Bombeiros em nossos parques e áreas de proteção ambiental. Vou propor ao presidente que se crie destacamentos, ou que se aloque alguns regimentos das Forças Armadas para funcionar nos parques nacionais, tomando conta do entorno e nas reservas extrativistas - garantiu.
AmeaçaO secretário afirmou que a Amazônia não vai virar carvão.
- Vamos manter para a Amazônia não só a política que vinha sendo adotada pela ministra, como boa parte da equipe.
Carlos Minc afirmou ter sido mal interpretado nas colocações ao presidente Lula para assumir o cargo de ministro. O secretário afirmou que arrogância seria imaginar que ele pudesse enfrentar os problemas ambientais do Brasil, que são 100 vezes mais complicados que os do Rio, sem ter o mínimo de condições de trabalho. Depois de dizer que Blairo Maggi (PR), governador do Mato Grosso, se pudesse, plantaria soja até nos Andes, Minc contemporizou. Ele declarou que, assim como os ruralistas, os ambientalistas também devem ter bom senso e algum limite.
- Só não poderei assumir o cargo se o presidente fizer exigências as quais eu não possa cumprir, o que me parece não ser o caso - avisou. FONTE: Jornal do Brasil - 19/05/2008