"Toda esta produção não se destina apenas ao mercado gaúcho, mas, e principalmente, ao mercado brasileiro e à exportação", explica o presidente da comissão, deputado Rossano Gonçalves (PDT). "Assim começa, e já está em pleno andamento, o fluxo de caminhões pelas rodovias da região e pelas que levam ao Porto de Rio Grande - o Porto de Montevidéu está totalmente congestionado - e pelas vias de acesso às principais capitais do Brasil", complementa.
O parlamentar ressalta que, além de caro, o transporte rodoviário acaba congestionando as estradas. "Daí a importância do transporte ferroviário no trecho Livramento-Cacequi-Rosário do Sul, conectado à malha ferroviária brasileira e uruguaia. Além de baratear custos, ele desobstruirá as rodovias nacionais".
Prefeitos e vereadores de municípios da fronteira oeste e central estiveram presentes na audiência pública ressaltando a necessidade de investimento na malha ferroviária da região e a ampliação do serviços de transportes de carga por parte da empresa concessionária do trecho, a América Latina Logística (ALL). A empresa, segundo as lideranças políticas presentes, desativou o trecho há cinco anos, contrariando o contrato de concessão.
O gerente de Relações Aduaneiras da ALL, Miguel Jorge, disse que o problema passa pela viabilidade econômica da reativação do referido ramal ferroviário - que requer investimento de R$ 12 milhões - e que isto passa pelo aumento da produção de matéria-prima e transporte e da própria manutenção e ampliação da rede rodoviária. "Faltam clientes", sintetizou, contrariando os depoimentos dos representantes institucionais. Ele adiantou que existe um grupo de estudos tratando do tema para que seja encontrada uma solução.
Parlamentares questionaram o representante da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Roberto Guedes da Luz, e o chefe da Unidade Regional do Ministério dos Transportes, José Gilberto Niemczewski, sobre os aspectos técnicos e legais da concessão do trecho, resultado do espólio da antiga Rede Ferroviária Federal. Guedes da Luz disse que a concessionária e a mobilização das comunidades regionais demonstra a necessidade de se rediscutir a questão. FONTE: Agora ? RS