Minas e o Brasil tiveram interesses diretos debatidos na Conferência Ambiental da ONU, em Bali, diz-me Milton Nogueira, secretário executivo do Comitê Mineiro de Mudanças Climáticas, um dos raros mineiros presentes ao evento. Ele me diz que é preciso que Minas e o Brasil se atentem para as novas oportunidades nas energias renováveis, etanol, biodiesel, hidrelétricas e florestas energéticas, buscando investimentos, comércio e novas tecnologias. Mas ele também chama atenção para a monocultura e o trabalho escravo, que são observados internacionalmente.
Milton Nogueira, que participou dos últimos dez eventos mundiais de meio ambiente, lembra, após Bali, que a possibilidade de se criar fundo para países em desenvo lvi - mento, com o pacote para redução da emissão de gases e desmatamento, estará em debate nos próximos 2 anos e o Brasil e Minas devem se preparar para as discussões. Afinal, lembra, há pressão para reduzir desmatamento, caso brasileiro, e proteção do cerrado, caso de Minas. Se manejarmos bem estas situações, seremos beneficiados com o provável fundo a ser monitorado pelo Banco Mundial, diz.
Segundo Milton Nogueira, há dois prazos decisivos, o dos próximos 2 anos, para se chegar aos acordos previstos em Bali, e até 2.012, quando as questões previstas no Protocolo de Kioto também deverão estar executadas. Quanto aos Estados Unidos, diz-me ele, tentam criar o grupo dos 15 maiores emissores de gases para negociar, conjunto, a redução das emissões, na sua ótica de interesse.
As ONGs em Bali tiveram postura de denunciar, com menos estardalhaço, problemas ambientais e levaram propostas criativas. Fato novo foi a participação de associações internacionais de empresas siderúrgicas e madeireiras, disputando espaços. O ex-vice-presidente americano Al Gore esteve lá, mostrando que a questão ambiental pesará na eleição presidencial americana em 2008. Mais um complicador para Bush e os republicanos.
Mudando de assunto, o governo de Minas estuda montar esquema inovador nas aeroportos regionais, evitando apagões e ajudando a oferecer conforto aos passageiros. Podem surgir novidades nos próximos dias.
Mudando novamente de assunto, dirigentes da CNBB dizemme que faltou um plano B para dom Luís Cappio. Poderia pedir ao governo, por exemplo, a construção de milhares de poços artesianos para acabar com a greve de fome. Do jeito que foi, apesar do heróico esforço, nada ganhou e frustrou setores da igreja e católicos que torciam por ele. Apesar de dom Cappio não ter consultado a igreja para sua decisão, a instituição até que precisa de gestos heróicos na sua cruzada contra os evangélicos e a pedofilia de alguns de seus membros. Mas não foi desta vez. Até o Vaticano acompanhou com interesse a luta de dom Cappio, mas não soltou foguetes nem loas ao final. FONTE: O Tempo ? MG