A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou hoje que o governo federal está adotando várias ações para combater o desmatamento na Amazônia. Segundo ela, o desmatamento diminuiu nos últimos anos. Em 2004, foram desmatados 27 mil quilômetros quadrados. Em 2005, foram 18 mil quilômetros quadrados; em 2006, 14 mil quilômetros quadrados e, em 2007, 11,2 mil quilômetros quadrados - um recuo de 50,9% desde 2004. Marina admitiu, no entanto, que o desmatamento cresceu 10% nos últimos 6 meses.
Em relação ao relatório do Banco Mundial (Bird), que mostra que o Brasil foi o país que mais desmatou no mundo entre 2000 e 2005, Marina Silva disse que as ações que o governo têm tomado para conter o problema poderão ser melhor dimensionadas em agosto. Ela apenas acrescentou que não queria entrar em uma "guerra de dados" sobre assunto. A ministra observou que, em ano eleitoral, o desmatamento costuma ser maior, por causa da flexibilidade na fiscalização por parte dos municípios.
Durante audiência pública conjunta nas Comissões de Agricultura, Meio Ambiente e da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, para discutir as causas e ações de combate ao desmatamento, ocorrida hoje, a ministra informou que tem dificuldades para levar adiante o combate ao desmatamento. Segundo ela, muitas vezes a unanimidade não se traduz em ação prática.
Ao lado do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que reclamou da falta de diálogo, a ministra Marina Silva afirmou que era preciso abandonar o discurso gelatinoso, de ruído. Ela não fez crítica direta ao ministro, mas ressaltou que está parado há 12 anos na Câmara dos Deputados um projeto que cria um fundo para compensação das áreas preservadas na Amazônia. O fundo seria criado com a participação dos Estados.
OrçamentoA ministra criticou o corte no orçamento para sua área e mostrou-se irritada com os deputados que cobram, de acordo com os Estados que representam, aumento ou diminuição da fiscalização.
Ela acrescentou que é importante o investimento em pesquisa para produtos agrícolas que possam ser cultivados na região da Amazônia e defendeu um debate sobre uso de uma área de 175 mil quilômetros quadrados que está devastada, abandonada ou semi-destruída.
Ainda segunda Marina, não há espaço para todos os madeireiros que atuam na região amazônica. Ela afirmou ainda que aumentou o número de fiscais que trabalham na região em 82%, para 664. Ela disse que outros fiscais das polícias locais ajudam nas ações de combate ao desmatamento, num total de 1.300 profissionais.
CanaCom relação à proposta de autorizar o plantio de cana-de-açúcar na Amazônia, Marina Silva comentou que é "contra". Apesar de considerar os biocombustíveis como oportunidade de mercado, ela disse que é preciso pensar em outras alternativas para a região.
FONTE: A Tarde - 09/04/08