A Câmara dos Deputados está florida pelo querer das Margaridas. Representantes da Comissão Nacional de Mulheres da CONTAG e das entidades parceiras da 5a Marcha das Margaridas participam na tarde desta quarta-feira (1) de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Minorias. O objetivo da audiência é expor aos parlamentares a pauta e as demandas das mulheres do campo, das águas e das florestas. A violência contra as mulheres, a luta pela soberania alimentar, a implementação do Plano de Agroecologia e Produção Orgânica, a ampliação da participação das mulheres nos espaços de decisão, luta por políticas para a autonomia econômica das mulheres e também pelo direito de decisão sobre o próprio corpo: esses foram os principais temas apresentados durante a audiência, para um plenário de deputados e deputadas que expressaram compromisso com a causa das mulheres rurais. Para a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG, Alessandra Lunas, a disputa do modelo de desenvolvimento é um dos grandes focos da pauta construída conjuntamente com mulheres do Msttr de todo o Brasil e com as companheiras das entidades parceiras, pois a desigualdade social, a concentração de terras, de renda, o uso de agrotóxicos e a falta de estrutura para a agricultura familiar afeta não apenas as jovens e idosas mulheres rurais, mas também toda a população brasileira. Alessandra Lunas também destacou a importância da aprovação do Projeto de Lei que institui o Fundo Nacional de Enfrentamento à Violência, pois as agressões físicas, psicológicas e de outras natureza são o principal problema enfrentado por mulheres de todo o Brasil. "Já temos unidades móveis e duas Casas da Mulher Brasileira para dar apoio, mas infelizmente ainda é pouco. Fazemos um apelo ao Congresso Nacional para que aprove o Fundo até o dia 12 de agosto", afirmou a secretaria. A deputada Erika Kokay (PT-DF) apontou que a ocupação deste espaço de construção de políticas e leis pelas " corajosas e fortes trabalhadoras rurais" é fundamental para a luta contra o atual modelo de produção - excludente e fomentador de desigualdades -, e que o exemplo de Margarida Alves perdura entre nós. Ocupando a maior parte das cadeiras do plenário 9 da Câmara dos Deputados, as mulheres encheram de lilás e de palavras de ordem a Casa do Povo - como é conhecida a Câmara dos Deputados. "Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!": a força e a fibra dessas mulheres vão ocupar cada vez mais espaços para modificar nossa sociedade. FONTE: Lívia Barreto