A Marcha das Margaridas, embora realizada a cada quatro anos numa grande mobilização nacional, se consolidou como uma ação permanente que envolve organização, participação política e diálogos com o governo federal em torno da pauta de reivindicações das mulheres do campo e da floresta. Assim, as margaridas seguem em marcha e durante o mês de agosto realizam a Jornada das Margaridas, por meio de um conjunto diversificado de ações.
O mês de agosto tornou-se representativo na luta das mulheres do campo e da floresta por concentrar a realização da Marcha das Margaridas a cada quatro anos e a Jornada das Margaridas anualmente. Um mês de lutas que carrega um forte caráter simbólico por ser uma referência e homenagem à líder sindical Margarida Maria Alves, assassinada em agosto de 1983. Nesse período, as mulheres do campo e da floresta se fortalecem, se renovam na luta e revelam à sociedade seu protagonismo político.
A Jornada das Margaridas é realizada a cada ano com uma programação apropriada ao seu contexto sócio-político e sindical. Neste ano, ela se concentra em duas perspectivas. A primeira, voltada para o Eixo VII da Plataforma da Marcha das Margaridas: Democracia, Poder e Participação Política, terá a realização de Seminário Nacional cujo objetivo principal é debater a participação política das mulheres nas eleições 2012 e no processo de preparação do 11º Congresso Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da CONTAG. “Queremos ter igualdade de representação política no Movimento Sindical e estamos determinadas a aprofundar esse debate, que terá uma dupla contribuição. Primeiro, fortalecendo e encorajando as mulheres a participarem do processo eleitoral, no que tange às eleições municipais e, também, de preparação de nossas lideranças para um debate político da maior relevância, que acumulamos nos últimos anos, que é sobre paridade”, explica Carmen Foro, secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG.
O diálogo com o governo federal em torno dos pontos da pauta da marcha é a segunda perspectiva da Jornada deste ano, e para subsidiá-lo a Secretaria de Mulheres está preparando uma avaliação dos pontos negociados e daqueles que ficaram pendentes. Nesse sentido, Carmen é enfática: “Vamos cobrar a implementação do que foi anunciado pela presidenta e fazer o processo de acompanhamento das negociações, de tudo o que foi negociado no ano passado”. FONTE: Jornal da CONTAG nº 89 - Julho de 2012