Estabelecer diálogo entre o Governo Federal e grupos culturais protagonizados por mulheres rurais, para debater sobre a política nacional de cultura viva, foi um dos objetivos da roda de conversa “Mulheres Rurais Guardiãs da Cultura Camponesa”, que aconteceu nesta terça-feira (11.08) durante a 5ª Marcha das Margaridas. Com a participação de representantes de diversas secretarias do Ministério da Cultura, a atividade teve como foco a explanação sobre os desafios da produção cultural, e os acessos as politicas publicas culturais voltadas ao meio rural. A representante da Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas (CONAC), Jordânia Fernanda, acredita que os investimentos em cultura prejudicam muito as comunidades, principalmente as quilombolas. “Faz muita falta, com toda a certeza. Nós do movimento quilombola somos mais prejudicados ainda. Temos uma tendência forte para o artesanato, por exemplo. Mas sem investimentos não tem como avançar”, lamenta. Sirley Ferreira, Secretária de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Estado de Sergipe, pontuou a necessidade de se construir um diálogo com o governo federal para ampliar os investimentos. “A população demanda cultura, principalmente as do meio rural. Poucos editais lançados pelo ministério são voltados ao público rural, e entendo que a cultura é um dos fatores que incentivam a permanência dos jovens em seus sítios, chácaras e propriedades”, frisa. Majiorie Botelha, Gestora de um Ponto Cultural rural no estado do Rio de Janeiro, critica a concentração de investimentos nas regiões centrais. “Enquanto sobram investimentos, projetos e editais nas regiões centrais, as zonas rurais vivem em uma precariedade enorme. Temos que nos mobilizar para impulsionar esses investimentos, principalmente aqueles voltados às especificidades de cada região”, finalizou. FONTE: Assessoria de Comunicação Marcha das Margaridas - Wallace Dutra