Há exatos 31 anos, morria Margarida Maria Alves, vítima da violência no campo. Sindicalista paraibana, Margarida teve forte atuação na luta dos trabalhadores e trabalhadoras rurais de sua região. Batia de frente com fazendeiros que oprimiam e prejudicavam seu povo, e por conta da persistência com que batalhava por condições dignas, acabou assassinada na porta da sua casa, em Alagoa Grande, a mando de poderosos latifundiários que até hoje não responderam pelo crime.
Naquela época, algumas das reivindicações que pautavam a luta de Margarida eram: registro em carteira de trabalho, jornada diária de trabalho de 8 horas, 13° salário, férias e demais direitos trabalhistas, e também defendia o engajamento das mulheres nas lutas sindicais.
Ainda hoje, Margarida é lembrada com carinho e admiração, e sua força reflete nas milhares de trabalhadoras rurais que ainda lutam por seu espaço e seus direitos. A impunidade que cerca a sua morte ainda revolta essas mulheres, mas essa revolta também dá força para que a luta continue. “Mesmo com 30 anos de impunidade, as margaridas seguem em marcha. Ela nos inspira a seguir em Marcha com seu legado de coragem e compromisso na defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras”, lembra a secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas.
“Floresceram muitas margaridas ao longo desses anos, e a cada dia nascem mais margaridas que valorizam a luta de Margarida Alves”, diz Alessandra. A primeira e permanente pauta da Marcha é a devida punição dos assassinos de Margarida Alves e reparação à sua família que segue lutando pela sobrevivência de forma precária.
O dia de seu assassinato, 12 de agosto, é também conhecido como o Dia Nacional de Luta contra a Violência no Campo e pela Reforma Agrária.
Prêmio Margarida Alves de Estudos Rurais e Gênero
Para recordar a importância de Margarida, o Ministério do Desenvolvimento Agrário realiza o 4º Prêmio Margarida Alves de Estudos Rurais e Gênero, que tem as inscrições abertas até 30 de agosto. O Prêmio tem âmbito nacional e selecionará os melhores trabalhos sobre o tema “Mulheres e Agroecologia”, em três categorias: Ensaio Inédito, Relatos de experiências e Memórias. Os trabalhos devem abordar o assunto com o foco em algum desses tópicos: protagonismo das mulheres na produção e comercialização agroecológica, saberes tradicionais e sistematização de experiências, políticas públicas, organização social, articulação em redes e convivência com os biomas.
O edital completo e as fichas de inscrição podem ser encontrados no site do Ministério do Desenvolvimento Agrário – http://www.mda.gov.br/sitemda/nead-edital-margarida-alves-2014#overlay-context=neadedital-margarida-alves-2014
FONTE: Imprensa CONTAG - Gabriella Avila