Renata Brasileiro
Centenas de produtores rurais permanecem acampados às margens da BR-364, a 20 quilômetros de Sena Madureira, à espera de uma ação por parte do Instituto Brasileiro de Colonização de Reforma Agrária (Incra) e de outros órgãos competentes para serem abrigados em algum local.
O problema das famílias foi mencionado na manhã de ontem pelos parlamentares da Assembléia Legislativa, durante o pequeno expediente. O deputado Walter Prado (PSDB) disse que a situação é "desumana" e que uma promessa foi feita pelo Incra e pelo Instituto de Terras do Acre (Iteracre) quando os parlamentares se reuniram com os representantes do órgão, na semana passada.
"Ficou acordado na ata da reunião que uma providência seria tomada. Nós acreditamos que isso aconteceria, mas recebi uma carta do líder do grupo que está acampado afirmando que eles continuam sem lugar para ficar. Continuam lá, com crianças e mulheres, às margens da estrada", disse.
O deputado Mazinho Serafim (PT) também se manifestou, afirmando que não concorda com o descaso dado às famílias. "Eu estive no acampamento dessas famílias e vi o quanto elas estão passando por dificuldades. Além de tudo, estão amedrontadas por policiais militares, que vão lá só para promover uma situação de ameaça", completou.
Na oportunidade, ele parabenizou a deputada Naluh Gouveia (PT) pela iniciativa de doar 25 sacolões e várias peças de roupas aos desabrigados.
No acampamento, as famílias contam com o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Há algumas semanas, o presidente da instituição, Manoel Lima, esteve no local prestando solidariedade às famílias que tomaram a pista da BR em sinal de protesto contra a decisão do juiz da comarca de Brasiléia, Pedro Luiz Longo.
As lideranças do movimento alegam que o juiz ignorou pareceres técnicos do Iteracre e ainda o posicionamento da defensoria pública daquela cidade que argumentavam em favor dos desabrigados. FONTE: Página 20 ? AC