Ao contrário do que muitas vezes vemos na mídia e no imaginário das pessoas de que o 8 de Março é um dia para homenagear as mulheres, para as companheiras que carregam em suas veias a semente de luta de Margarida Alves e de tantas outras, o Dia Internacional da Mulher é um dia de luta.
“Sem organização nós, mulheres, ficamos fracas e isoladas cada qual na sua família, na sua comunidade, no seu sindicato, sofrendo os problemas, a exploração, a discriminação, a violência e a injustiça, sem poder fazer quase nada, apenas tendo a força de resistir. Quando as mulheres rurais se organizaram em movimentos, em grupos, em coletivos elas se tornaram uma força política reconhecida e respeitada pelos outros. Assim conseguimos ter mais voz, ser mais ouvidas, conseguimos fazer mais barulho quando protestamos e conseguimos mais força para mudar as coisas em casa, no sindicato e ter mais força para negociar e conquistar políticas públicas que garantam nossos direitos na prática.A Marcha das Margaridas é um exemplo desta força política, que nasce da organização das mulheres rurais. Uma força política que dá vez e voz às mulheres, visibilidade e poder de fazer mudanças”.
As lutas do 8 de Março demonstram que a Marcha das Margaridas 2015 já começou! Em todas as partes do nosso País pode-se observar a marcha acontecendo, em sua essência mais profunda, que é o despertar para a luta de inúmeras mulheres que se reúnem, mobilizam, planejam e discutem a realidade, necessidades e anseios, nas comunidades e municípios, estados e país. Sob o lema “Margaridas seguem em Marcha por Desenvolvimento Sustentável com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”, as mulheres estão nas ruas mais uma vez para protestar contra as desigualdades sociais; denunciar todas as formas de violência, exploração e dominação; e apresentar propostas para avançar na construção da Democracia e da Igualdade para as mulheres.
Nos meses de março e abril estarão acontecendo as etapas municipais da Marcha das Margaridas. Caravanas, seminários, marchas municipais dentre outras ações que irão discutir e identificar pautas municipais, estaduais e nacionais, tendo como centro do debate os eixos centrais da Plataforma da Marcha das Margaridas: Biodiversidade e Democratização dos Recursos Naturais; Terra, Água e Agroecologia; Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional; Autonomia Econômica, Trabalho, Emprego e Renda; Saúde Pública e Direitos Reprodutivos; Educação Não Sexista, Sexualidade e Violência; e Reforma Política, Democracia, Poder e Participação.
Em 2015, as margaridas seguirão marchando para romper com a invisibilidade que foi imposta às mulheres durante anos. Mesmo se fazendo presente nos espaços políticos para incidir nos rumos econômicos, sociais e ambientais do nosso País, as margaridas acreditam que não foi suficiente para romper com os padrões hegemônicos e conquistar uma nova cultura em nossa sociedade, na qual as mulheres sejam reconhecidas e respeitadas, e possam usufruir de autonomia, igualdade e liberdade.
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Verônica Tozzi