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LULA CRITICA ONGS E DIZ QUE FRO
Lula critica ONGs e diz que fronteira agrícola não pode ser culpada por desmatamento da Amazônia
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30 de Janeiro de 2008

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Ilimar Franco- O Globo; O Globo Online; Redação TVCA

BRASÍLIA, CUIABÁ E RIO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que ainda não se pode culpar os produtores de soja, os criadores de gado e os assentamentos da reforma agrária pelo aumento do desmatamento da Amazônia. Antes de estabelecer as causas, afirmou o petista, é preciso investigar.

A floresta amazônica sofreu, no segundo semestre de 2007, a maior devastação desde que os dados começaram a ser monitorados pelo governo. Os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectaram a derrubada de 3.235 quilômetros quadrados de floresta entre agosto e dezembro. Só em Mato Grosso foram devastados 1.786 quilômetros quadrados. As taxas de desmatamento vinham caindo há três anos.

O assunto causou polêmica entre os ministros Reinhold Stephanes (Agricultura), que saiu em defesa dos produtores rurais, e Marina Silva (Meio Ambiente), que responsabilizou o aumento dos preços dessas commodities como uma das causas do desmatamento.

- Antes é preciso investigar e verificar o que aconteceu. Agora eu acho que todo mundo que promoveu queimada ilegal deve receber um duro processo, inclusive com a perda da propriedade pelos infratores - afirmou Lula, que criticou ainda a forma como o Ministério do Meio Ambiente anunciou a alta das derrubadas. - Você vai no médico detectar que você está com um tumorzinho aqui, ao invés de fazer biópsia e saber como você vai tratar, já saiu dizendo que estava com câncer.

Lula fez ainda uma dura crítica às ONGs internacionais que atacaram o governo brasileiro pelo alta do desmatamento:

- Eu compro essa briga com as ONGs, com isso de associar o desmatamento com a expansão da fronteira agrícola brasileira. Em primeiro lugar, essas ONGs precisam plantar árvores nos países deles - afirmou.

Técnicos do Inpe podem rever dados no Mato Grosso

Para verificar o desmatamento no centro-norte de Mato Grosso, os ministros Marina Silva, Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, Tarso Genro, da Justiça, Enzo Martins, interino da Defesa, e o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Silas Ribeiro, fizeram nesta quarta-feira um sobrevôo na região.

Segundo o governador Blairo Maggi, a comitiva admitiu que pode ter havido erro na análise das imagens do satélite que mostraram desmatamento na região. O grupo sobrevoou 24 pontos de coordenadas captadas pelo Inpe, dos quais apenas dois teriam sido analisados corretamente. Já o restante constituiria áreas de queimadas acidentais, sem o objetivo de desmatar, e áreas de desmate antigas que foram sobrepostas as imagens recentes, além de formações rochosas que são desprovidas de vegetação.

- A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva vai determinar ao Inpe que envie técnicos para Mato Grosso para irem a campo para verificar os pontos polêmicos de análise - afirmou o governador Blairo Maggi.

Lula precisou intervir para contornar polêmica entre ministros

Um dia após a notícia de que o desmatamento na Amazônia era recorde, o presidente Lula precisou intervir para tentar acabar com uma divergência pública entre dois de seus ministros - Marina e Reinhold Stephanes (Agricultura) - sobre a causa da devastação. Marina culpou o agronegócio e Stephanes contestou.

Pacote emergencial para conter devastação

Para conter a alta do desmatamento na Amazônia, o governo anunciou um pacote emergencial semana passada. As medidas, algumas inéditas e outras anunciadas no fim do ano passado, incluem o envio de uma força-tarefa à região, para reforçar a atuação da Polícia Federal; a abertura de 13 postos de fiscalização em fevereiro; e a ampliação do número de agentes no combate aos crimes ambientais. Além disso, produtores autuados por derrubadas ilegais serão impedidos de ter acesso a financiamentos de bancos federais, incluindo as linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Em outra linha de ação, o governo tentará impedir o repasse de recursos oficiais para os desmatadores, impedindo seu acesso a financiamentos do BNDES, Banco do Brasil e Banco da Amazônia. As instituições receberão a lista dos fazendeiros e empresas devastadores. FONTE: Globo Online ? RJ



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