BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu nesta quarta-feira, 21, no Palácio do Planalto, reunião com representantes do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. Antes do início do encontro, o Movimento dos Sem-Terra (MST), que integra o Fórum, divulgou um manifesto pedindo a suspensão dos leilões de petróleo e gás no País. O documento, assinado por um total de 127 personalidades e entidades das áreas política, acadêmica e social, deverá ser entregue ainda nesta quarta a Lula pela líder do MST Marina dos Santos.
No manifesto, as entidades afirmam que a antecipação do consumo das reservas de gás e petróleo pelas multinacionais poderá trazer prejuízos futuros.
"As nossas reservas potenciais, se usadas de forma estratégica para consumo interno do nosso País, nos garantem nossa auto-suficiência pelos próximos 30 anos pelo menos, mas se essas reservas tiverem a produção antecipada pelas multinacionais poderá se reduzir drasticamente nossa soberania, decorrente de voltarmos novamente a depender de petróleo importado", destaca o documento.
O manifesto ainda ressalta que licitar áreas promissoras em petróleo e gás é um "péssimo" investimento. "É fazer caixa vendendo uma mercadoria que está disparando no mercado porque é não renovável", destaca. "Além do que, essa situação de hoje, esse controle de mais da metade das áreas promissoras pelas multinacionais ocorreu com leilões quando o preço do petróleo variou entre 30 a 50 dólares o barril, e hoje, apenas alguns anos depois, já está a 80 dólares o barril."
No início de novembro, com a descoberta da grande jazida de petróleo Tupi, na bacia de Santos, o governo retirou da próxima rodada de licitação de petróleo e gás, prevista para os dias 27 e 28, 41 blocos de elevado potencial das bacias do Espírito Santo, Santos e Campos. As entidades da área social, no entanto, dizem avaliar que essa decisão não basta. Além de pedir a suspensão total dos leilões, o manifesto defender a readequação da lei do petróleo em vigor e a definição de um planejamento a longo prazo para o setor. FONTE: Estadão Online ? SP