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LUIS NASSIF - BIODIESEL DE SEBO
Luis Nassif - Biodiesel de sebo de boi
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29 de Janeiro de 2008

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Especial para o Diário

Como se fabrica biodiesel? Primeiro, obtém a matéria-prima. Depois, procede-se à transesterificação, um sistema químico destinado a extrair o óleo ou gordura e transformar em biodiesel. O custo de produção é o mesmo para qualquer tipo de matéria-prima. A diferença é apenas a do custo da matéria-prima e dos investimentos iniciais.

De acordo com levantamento do Projeto Brasil, embora a maior parte da produção de biodiesel no Brasil seja feita a partir da soja, uma das principais novidades é a utilização do sebo bovino como alternativa à produção convencional, que utiliza primordialmente óleos vegetais. Com o maior rebanho bovino do mundo, o sebo é um mero subproduto, hoje em dia pouco aproveitado pelos frigoríficos.

Desde 2006, o grupo Bertin - um dos dois maiores grupos frigoríficos nacionais - passou a pesquisar o uso do sebo na fabricação do biodiesel. Hoje em dia, tem instalado uma usina na região de Lins, Interior de São Paulo. Diretor industrial da empresa, César Abreu indica as vantagens dessa produção.

O sebo tem preço bem menos que os óleos vegetais. Mas tem particularidades em relação ao recebimento, tratamento e manuseio. "Uma usina preparada para produzir óleos vegetais certamente terá problemas se utilizar o sebo, que é uma gordura sólida na temperatura ambiente", explicou ele a Juliana Saporito, do Projeto Brasil.

Daí a necessidade de um planejamento a médio e longo prazo. Além dos investimentos em pesquisa e infra-estrutura, há outros aspectos financeiros a serem considerados. A produção do biodiesel a partir do é mais barata que a de óleos vegetais; mas o investimentos em instalações industriais é mais alto. Na soma, se equivalem.

Embora as atividades das usinas estejam a pleno vapor, ainda é cedo, de acordo com Abreu, para avaliar resultados. Na verdade, o sucesso do biodiesel de sebo dependerá fundamentalmente do programa brasileiro de biodiesel. Mas o diretor não tem dúvidas de que o amadurecimento do programa virá com o tempo, e a agroenergia é uma realidade sem volta.

O MAPA DA CRISE

Um dos grandes enigmas da crise do subprime era como os bancos entraram nessa crise. Em princípio, deveria ser uma crise apenas de fundos. Ou seja, constitui-se um fundo com recursos de terceiros. Esses fundos aplicavam em créditos hipotecários. Teoricamente, se os créditos virassem pó, o prejuízo seria dos investidores. E o sistema bancário continuaria protegido.

Na prática o que ocorreu é que os bancos passaram a disponibilizar linhas de crédito para garantir emissões desses títulos. Adiantavam o dinheiro, tendo como garantia o fluxo futuro de pagamento dos contratos hipotecários. O emissor do bônus recebia o crédito, emitia os bônus e colocava no mercado. Quando começou a estourar o calote, os emissores não tinham mais como pagar os bancos. Dado o calote, os bancos acabaram ficando com o crédito podre. Segundo Malcolm Knigth, diretor-geral do BIS (Banco de Compensações Internacionais), o rombo do sistema bancário internacional está entre US$ 250 bilhões a US$ 600 bilhões.

Devastação 1

Montei um ping pong no meu blog (www.luisnassif.com.br) sobre a questão da devastação da floresta amazônica e o papal das madeireiras. Um dos leitores, fiscal do Ibama, revelou ter participado de três operações contra madeireiros. Segundo ele, entravam, invadiam terras da União, devastavam tudo.

Devastação 2

Outro leitor se apresentou como empresário do ramo madeireiro. Explicou que nesse setor, assim como nos demais, existem empresários sérios e picaretas. Segundo ele, a serraria retira a madeira que serve para ser serrada para a construção civil. A fábrica de compensados aproveita o corte de madeira mais grossa; e retira a mais fina.

Devastação 3

Por sua vez, estimuladas pelas siderúrgicas, as carvoarias exploram o que sobra das madeiras não aproveitadas. Finalmente, o pecuarista/produtor compra o que sobrou da terra, passa o trator destroçando o que tenha sobrado de madeira. Forma pastagem ou plantação, e completa o ciclo de destruição.

Devastação 4Em 2006, foi aprovada a Lei de Gestão das Florestas Públicas, permitindo o manejo florestal - isto é, a exploração racional das florestas. Na campanha eleitoral, Geraldo Alckmin acusou a lei de "privatizar" a Amazônia. Não era bem isso. O manejo florestal permite o uso econômico da floresta e sua preservação. FONTE: Diário do Grande ABC



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