Foi lançado ontem, ao final do Seminário Internacional sobre Violência no Campo, a 2ª edição do livro Retrato da Repressão Política no Campo – Brasil 1962-1985 – Camponeses torturados, mortos e desaparecidos. Este livro é um trabalho de Ana Carneiro e Marta Cioccari, promovido pelo Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento (NEAD) e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH). Com o objetivo de revelar um cenário de violência, censura e arbitrariedade vivido por muitos camponeses na época da Ditadura Militar, o livro reúne um vasto material, composto por relatos de trabalhadores(as) e líderes que sofreram agressões ou tiveram família e amigos agredidos, sendo complementado por informações documentais da época. Todo esse material busca contar a história de luta de trabalhadores e trabalhadoras por seus direitos na terra. Participaram do lançamento o deputado federal Padre Ton (PT-RO), membro da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, Gilney Viana, coordenador do projeto “Direito à Memória e à Verdade” da SDH, e José Rodrigues, um dos fundadores da CONTAG e representante da Federação dos Trabalhadores(as) na Agricultura do Rio Grande do Norte (FETARN), que foi vítima de violência na ditadura e tem seu depoimento documentado no livro. O momento foi coordenado pela vice-presidente e secretária de Relações Internacionais da CONTAG, Alessandra Lunas. Para Gilney Viana, há uma grande importância em trazer esse tema de volta às discussões, sob a forma de um livro. “Para que nós possamos resolver os problemas de hoje, precisamos olhar os problemas do passado. Hoje há muita violência no campo, em grande parte porque não esclarecemos a violência no passado, particularmente a violência cometida contra os camponeses na ditadura. O trabalho desse livro é uma forma de tirar do esquecimento as lideranças e populações camponesas que foram atingidas por graves violações de direitos humanos”, explica Gilney. Foi distribuído um exemplar para cada participante do Seminário. FONTE: Imprensa CONTAG - Gabriella Avila