Essa foi a primeira vez que o agricultor familiar Márcio Ferrari, de Farroupilha, no Rio Grande do Sul, participou do Grito da Terra Brasil. Ele considera que a experiência foi gratificante e deixa claro quais são as suas expectativas. “É preciso reafirmar e fortalecer a agricultura familiar. Espero também que os parlamentares não mudem a lei que diferencia agricultura familiar de agricultura patronal”, afirmou o sindicalista gaúcho. A agricultora familiar Matilde de Oliveira, de 28 anos, de Porangatu (GO), também revela que essa é a primeira vez que comparece à Brasília para participar de um Grito da Terra. Ela considerou importante a pauta de reivindicações apresentada ao governo federal e elogiou o trabalho da Contag. “Nós que estamos na base não sabemos o que realmente está sendo feito, e depois que participamos do GTB ficamos confiantes”, testemunhou. Filha de agricultores familiares da cidade mineira de Paracatu, Amanda Paula, de 19 anos, é outra manifestante de “primeira viagem”. “É importante esse tipo de manifestação para mostrar que estamos ativos na luta pelos nossos direitos”, destacou. Conquistas O trabalhador rural José Pereira, de de Nazaré da Mata, em Pernambuco, entende que o depoimento dos ministros do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, e o do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, foram importantes para aproximar o governo federal dos manifestantes. “Nos quatro anos em que participei do GTB nunca vi um ministro atender ao nosso pedido e sair de seu gabinete para falar conosco”, comemorou. A assentada da reforma agrária Matilde Ramos, do município maranhense do Barra do Corda, apontou outro ponto importante. “Antes éramos hostilizados pela polícia, que nos recebia com os cavalos. Hoje, eles fazem a nossa proteção”, lembrou. Valdir Araújo, assentado da reforma agrária do município de Piracanjuba (GO), participa pela sexta vez do Grito da Terra e têm esperança que muita coisa ainda pode melhorar, especialmente sobre a questão do crédito aos agricultores e da infraestrutura no assentamento do qual faz parte. “Queremos que o governo faça as mudanças ainda neste ano porque não agüentamos mais ficar sem luz e esperando a chuva derrubar as barracas de plástico”, cobrou. FONTE: Rafael Nascimento, Agência Contag de Notícias