O Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) é um processo de construção coletiva com diversas entidades, entre movimentos sociais urbanos e do campo, de luta ambiental – tanto no âmbito nacional como internacional. Foi criado com o objetivo de questionar a privatização da água, do saneamento básico, dos recursos naturais e a exploração deles por grandes empresas. Portanto, o FAMA defende a garantia da soberania nacional, dos direitos humanos e a preservação do planeta.
A CONTAG integra o FAMA e participou da Reunião do Coordenação Nacional e Internacional, em São Paulo, nos dias 22 a 25 de setembro, juntamente a várias entidades, entre elas a CPT, Fase, MAB, entre outras parceiras.
Um dos objetivos da reunião foi compreender o processo de construção do FAMA, e quais as possibilidades de as entidades que compõem este espaço estarem engajadas de forma articulada para contribuir no fortalecimento, tendo como principais pontos de pauta um breve histórico sobre a construção do FAMA, o seu financiamento e estrutura, e a aproximação do Fórum com os partidos políticos e parlamentares.
O FAMA também está construindo uma programação alternativa ao “Fórum das Corporações”, previsto para acontecer em março de 2018, em Brasília, visando fazer um contraponto a esse evento que promete ser um grande mercado da água, com a presença de multinacionais, como a Coca-Cola, entre outras. A atividade do FAMA terá como tema “Água é direito, não mercadoria”. “Essas grandes empresas visam se apropriar das nossas riquezas e dos nossos direitos fundamentais, como a água, para lucrar cada vez mais em detrimento dos impactos ambientais e sociais que atingem toda a população, principalmente os trabalhadores e trabalhadoras rurais e dos mais pobres”, denuncia a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Rosmarí Barbosa Malheiros.
Para já intensificar essa mobilização e consolidar o FAMA como um espaço de articulação no mundo em oposição ao Fórum das Corporações, no último dia 25, segunda-feira, foi realizado o seu lançamento internacional. O ato contou com a participação de diversas organizações nacionais de 13 países: Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Costa Rica, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Itália, Palestina, Paraguai, Peru e Uruguai.
O Ato de lançamento reafirmou a prioridade ao direito à água. Para o relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) em Direito Humano à Água e Saneamento, Leo Heller, “quando a água é tratada como mercadoria, pessoas que não têm capacidade de pagar ficam excluídas e são deixados de lado direitos fundamentais das populações”. Referindo-se ao 'Fórum das Corporações', disse que não "é admissível que um fórum, com essa envergadura, ignore esse princípio". FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi