O sentimento de saudade e despedida tomou conta do último dia da 5ª Plenária Nacional da Juventude Rural, nesta quinta-feira (21). Foram quatro dias repletos de discussões, reflexões, análises e socialização de temas que circundam o dia a dia dos cerca de 200 jovens trabalhadores e trabalhadoras rurais de todo o País.
Com ousadia, coragem e unidos pelo tema “Sucessão rural e sindical, fortalecer a luta para colher conquistas”, a programação do último dia foi marcada pela apresentação das propostas da juventude para o Documento Base do 14º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (14° CNTTR), leitura e entrega da Carta Política para a Diretoria da CONTAG e do Plano de Lutas para o Governo Federal.
“Os documentos construídos servirão como subsídio para os diálogos nos estados, durante as plenárias estaduais. São dois documentos para inserir temáticas de fortalecimento e representatividade da juventude. Os momentos vividos durante a plenária foram muito importantes e eu só tenho a agradecer a toda equipe envolvida”, compartilhou a secretária de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da CONTAG, Mônica Bufon.
A Plenária não teve caráter deliberativo, mas sim mobilizador e formativo. Foi um espaço construído com os objetivos de participar de vivências pedagógicas e espaços coletivos para reflexões e debates fundamentais para que os/as jovens cheguem ao 14º CNTTR com acúmulo político acerca dos temas propostos nos eixos estruturantes.
O secretário nacional de Juventude da Presidência da República, Ronald Luiz dos Santos, esteve na plenária e recebeu o Plano de Lutas das mãos da Comissão Nacional Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais.
“Um sistema injusto foi estabelecido há muito tempo nesse país. Tem ordem escravocrata e que precisamos enfrentar para que todos e todas possam acessar direitos. Então, eu recebo essa carta, não como uma autoridade recebendo uma comunicação, mas como um militante também recebendo uma tarefa. Eu sou um militante do movimento social, eu tenho um profundo compromisso com os jovens e as jovens da CONTAG e recebo como tarefa designada por todas e todas vocês, especialmente pela nossa secretária Mônica. Para que nós possamos cumprir no Governo Federal não vai ser fácil, mas tenham certeza que da nossa parte não vai faltar empenho e trabalho”, avaliou.
O tempo da juventude é agora e a sede por transformações que combatam todos os tipos de opressões e desigualdades movem a caminhada desses sujeitos que desejam e sonham com um mundo mais solidário, humano e justo.
Para a construção desse mundo novo é necessário formação, mobilização, articulação e prática coletiva. Como Paulo Freire ensina, não é no silêncio que fazemos, mas na palavra, no trabalho, na ação e na reflexão.
Assim, a juventude rural volta para a sua base com mais força para transformar e segue lutando pelo direito de permanecer na terra, valorizando a agricultura familiar e cultivando a história, desafiando desigualdades e almejando respeito no presente e no futuro.
“Há pessoas que lutam um dia e são boas. Há outras que lutam um ano e são melhores, há as que lutam muitos anos e são muito boas. Mas há as que lutam toda a vida e estas são imprescindíveis.” Bertolt Brecht
Por Malu Souza / Comunicação CONTAG