Jornal Nacional
RIO - A Justiça do Pará anulou o segundo julgamento de Rayfran das Neves Santos, que em outubro foi condenado a 27 anos de prisão pelo assassinato da missionária Dorothy Stang. Os advogados de Rayfran alegaram cerceamento de defesa e falhas na sentença de condenação. Ele confessou ter disparado seis tiros que mataram Dorothy. Um novo julgamento ainda não foi marcado.
A missionária americana Dorothy Stang foi morta no dia 12 de fevereiro de 2005, aos 73 anos, por pistoleiros, em Anapu, no oeste do Pará. Ela defendia a preservação da Floresta Amazônica e, segundo o Ministério Público, foi assassinada ao tentar implantar um projeto de desenvolvimento sustentável para trabalhadores rurais em terras públicas. Fazendeiros da região eram contrários ao projeto porque se diziam donos da área.
Na denúncia, o MP afirma que o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e o pecuarista Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, foram os mandantes e pagaram R$ 50 mil pelo crime. Bida foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado por homicídio duplamente qualificado. Como a pena foi superior a 20 anos, ele terá direito a um novo julgamento. O júri, inicialmente marcado para outubro, foi adiado para 2008. Regivaldo aguarda em liberdade decisão de recursos para definição de seu julgamento.
Os outros três envolvidos no caso já foram condenados pela Justiça. Em 2005, os pistoleiros Raifran das Neves Sales e Clodoaldo Carlos Batista foram condenados a 27 e 17 anos de reclusão, respectivamente. Amair Feijoli da Cunha, o Tato, acusado de contratar os pistoleiros, foi condenado em 2006 a 27 anos de prisão, mas foi beneficiado com redução de um terço da pena, por delação premiada. Como a Pena de Rayfran foi superior a 20 anos ele teve direito a um segundo julgamento, que acabou sendo anulado nesta segunda-feira. FONTE: Globo Online ? RJ