A juventude do campo foi responsável por importante mobilização durante a 1ª Conferência Nacional da Juventude, que se encerrou no último dia 30, em Brasília. Os 70 delegados que representaram o Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) no evento conseguiram que duas propostas voltadas para o campo fossem aprovadas. Reforma agrária e garantia de renda para a juventude foram os dois itens aprovados na proposta final da Conferência.
Coordenada pelo governo federal, a 1ª Conferência Nacional da Juventude foi o espaço de debate de políticas públicas para a juventude brasileira. No primeiro dia, 27, os delegados que representaram a juventude rural, vindos de vários estados, se mobilizaram para incluir o grupo de trabalho (GT) específico para a discussão das propostas dos jovens do campo. Isso porque dos 22 GTs criados, nenhum era voltado para a temática rural.
Insatisfeitos com a exclusão, os jovens rurais, com o apoio de outros movimentos de juventude presentes na Conferência, conseguiram a inclusão do grupo de trabalho específico e apresentaram seis propostas para serem votadas nas plenárias de discussão. Entre as 18 aprovadas, a reforma agrária foi a sexta mais votada. Na votação de outras seis propostas, para serem escolhidas três, a proposta voltada para a geração de renda no campo foi a segunda mais votada.
A coordenadora da Comissão Nacional de Jovens da Contag, Elenice Anastácio, comenta que a inclusão das propostas foi uma vitória. "Era essencial a nossa participação e a nossa articulação, principalmente para dar visibilidade à juventude do campo dentro da Conferência", diz.
Para a diretora da Coordenação de Juventude da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura de Pernambuco (Fetape), Cícera Nunes da Cruz, o momento foi de grandes conquistas para os jovens do campo. "Conseguimos avançar nas discussões, dar visibilidade a nossa bandeira do projeto de desenvolvimento rural, sustentável e solidário. E mostrar que esse desenvolvimento não é só pra o campo, é para toda a sociedade, para o campo e para a cidade", diz. FONTE: Ciléia Pontes