27/02/2008
Assim como no boom do etanol, que provocou uma verdadeira corrida para a construção de novas usinas no país, a implantação do programa de biodiesel no país também movimentou as indústrias de base e equipamentos. Três anos depois, passada a euforia - e os primeiros gargalos com o programa -, o cenário para os investimentos é outro.
Maior fornecedora de equipamentos e indústrias para o setor sucroalcooleiro, a Dedini Indústria de Base, de Piracicaba (SP), decidiu em 2003 intensificar sua atuação também em biodiesel.
O grupo forneceu e implantou cinco plantas de biodiesel, com capacidade de produção para 410 milhões de litros por ano e outras quatro estão em fase de desenvolvimento, segundo Sérgio Leme, vice-presidente da companhia. "Todas essas usinas estão em produção", afirma.
A demanda prometia. O grupo chegou a registrar entre 40 e 50 consultas para a construção de novas plantas nos últimos três anos. Mas os projetos não foram levados adiante, afirma. Segundo o executivo, as atenções do grupo agora estão voltadas para o mercado externo. "Temos consultas para plantas na América do Sul", revela Leme.
O executivo considera que o freio de mão nos investimentos reflete uma readequação à oferta. Hoje o país tem uma capacidade instalada de 2,5 bilhões de litros para um consumo três vezes menor previsto para 2008. "No início, os projetos de biodiesel estavam voltados para a agricultura familiar. Mas o programa realmente só deslanchou a partir da entrada dos esmagadores de soja", diz. (MS) FONTE: Valor Econômico ? SP