DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em tempos de risco de desabastecimento de energia elétrica, o Ministério de Minas e Energia decidiu reforçar a proteção a uma de suas principais usinas, a de Tucuruí, no Pará, a 389 km de Belém. Em maio do ano passado, a usina foi palco de uma invasão de sem-terra e movimentos de atingidos por barragens, que chegaram a fazer um funcionário como refém.
Controladora da usina, a estatal Eletronorte abriu licitação para comprar equipamentos para seus seguranças. Encabeçam a relação 36 pares de "caneleiras antitumulto" que, segundo o edital de licitação, devem ser "resistentes a golpe substancial de armas não balísticas". Também estão sendo adquiridas "cotoveleiras para utilização em ação tática" e "luvas para utilização em distúrbio urbano" feitas em espuma.
Escudos, capacetes e coletes de uso controlado pelo Exército, além de 36 pares de tonfa -espécie de cassetete oriental com empunhadura vertical, muito comum em filmes de artes marciais-, completam a lista. Sessenta rolos de arame farpado novo em folha cercarão o local.
A Eletronorte não comentou as novas compras.
O gasto total poderá chegar a R$ 218 mil, segundo o edital (o preço final dependerá do vencedor). A usina de Tucuruí é a segunda maior do país, com potência de geração de 4.000 MW.
A invasão da usina, em maio do ano passado, durou dois dias. Cerca de 600 pessoas ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), à Via Campesina e ao MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) entraram na usina após vencer a resistência de alguns poucos policiais militares que estavam no local. FONTE: Folha de São Paulo ? SP