Da Reportagem/Rondonópolis
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Assentados e Acampados (MTA) interditaram ontem trechos de três estradas federais de Mato Grosso: a BR-364, nas proximidades da serra da Petrovina, no quilômetro 94; também foi fechada a BR-070, em trecho próximo a Primavera do Leste, e parte da rodovia federal 163, na localidade chamada Mineirinho (região de Rondonópolis).
Segundo a Polícia Rodoviária federal (PRF), o congestionamento foi de aproximadamente 15 quilômetros na BR-364, nos dois lados da pista. A passagem foi liberada por volta das 16h. Os integrantes prometem continuar hoje com a interdição das rodovias por volta das 8 horas. Os manifestantes pedem agilidade dos processos relativos à reforma agrária. Cobram ainda a reintegração de posse de fazendas na região sul do Estado.
Segundo a PRF, cerca de 250 famílias estiveram reunidas no trecho interditado na 364. Ainda segundo a PRF, as reivindicações continuam sendo as mesmas da última interdição da rodovia, que aconteceu em 2 de outubro. Os manifestantes querem cadastramento e vistoria da fazenda Serra Formosa; a concretização de um decreto da fazenda Consolo Cansado; a emissão de posse da fazenda Santa Silva e o laudo de vistoria da fazenda Dona Inácia. Todas as propriedades ficam na região sul do Estado. Além de recursos financeiros para agricultura familiar.
A reportagem tentou contato por telefone com líderes do MTA da região Sul do Estado, mas não conseguiu falar.
JUSTIÇA - O Tribunal de Justiça de Mato Grosso está concluindo os estudos para a criação de uma Vara Especializada em Conflitos Fundiários, cuja decisão foi anunciada pelo presidente do TJ, desembargador Paulo Lessa, ainda em março deste ano. A minuta do projeto está em fase de conclusão na Corregedoria-geral da Justiça. Ontem, Lessa recebeu em audiência representantes de cinco movimentos sociais ligados à questão agrária, momento em que os informou das ações do Tribunal de Justiça voltadas para esse fim.
A criação da Vara Especializada em Conflitos Fundiários, no entanto, depende da aprovação, pela Assembléia Legislativa, de um projeto de Lei encaminhado pelo Tribunal de Justiça. (Com assessoria) FONTE: Diário de Cuiabá ? MT