O Globo; O Globo Online
RIO - A Companhia Vale do Rio Doce informou que integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocuparam a Estrada de Ferro Carajás (EFC), no município de Parauapebas (PA), na manhã desta quinta-feira. De acordo com o comunicado da Vale, a locomotiva e os vagões que estavam retidos pelos invasores também foram liberados. O tráfego de trens será retomado ao longo do dia mas o transporte de passageiros deverá ser restabelecido apenas no sábado, comunicou a companhia.
"Apesar de terem se retirado de cima dos trilhos, os integrantes do MST continuam acampados nas proximidades da ferrovia, o que mantém o clima de insegurança na região. A CVRD confia que as autoridades estadual e federal tomarão as providências para normalizar a situação e garantir que este tipo de prática ilegal não volte a acontecer", finaliza a nota.
Pela ferrovia passa o minério de ferro da maior mina da Vale. A estrada de ferro corta o assentamento Palmares, que tem 520 famílias, a 22 quilômetros do centro urbano de Parauapebas.
Companhia diz que MST depredou uma locomotiva
Segundo a Vale, eram cerca de 300 manifestantes, que teriam agido com violência. Teriam feito reféns na quarta-feira, por cerca de 30 minutos, o maquinista e quatro funcionários da empresa que manobravam uma locomotiva no local. Ainda segundo a empresa, os integrantes do MST depredaram a locomotiva com foices, facões e picaretas, e tentaram quebrar os vidros das portas e janelas a golpes de picaretas.
Já de acordo com o MST, seriam seis mil manifestantes. Segundo o movimento, o motivo da ocupação foi o de exigir investimentos em educação e saúde na região e participação popular nas decisões da empresa, que "se apropria de forma privada de bens públicos, como a terra e recursos naturais". Para o MST "é medíocre a responsabilidade social da empresa", diante da alta lucratividade da Vale.
- Queremos colocar a reforma agrária e o gerenciamento dos nossos recursos naturais no centro do debate político sobre o desenvolvimento social e econômico para o estado do Pará - afirma Ulisses Manaças, da coordenação estadual da Via Campesina e do MST no Pará.
Na pauta de reivindicação os manifestantes pedem, ainda, que a Vale do Rio Doce aumente a sua contribuição financeira ao governo pela exploração mineral. FONTE: Globo Online ? RJ