Cerca de mil integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) ocuparam o prédio do Incra/RN, na avenida Campos Sales, Petrópolis, ontem pela manhã, por volta das 11h. Os manifestantes iniciaram uma caminhada com carro de som, partindo de frente da Caixa Econômica da Ribeira, às 9h40, em direção ao Instituto com o objetivo de apresentar a pauta de reivindicações.
De acordo com um dos diretores do MLST nacional e coordenador do Movimento no RN, Edmilson de Oliveira, 32, os manifestantes não sairão das dependências do prédio enquanto não apresentarem suas reivindicações ao Superintendente do Incra/RN, Paulo Sindey Gomes, que encontra-se em Brasília para discutir os valores do orçamento para políticas de reforma agrária pro RN em 2008.
??Pediram que conversássemos com o superintendente adjunto, Mário Moacir de Almeida, mas só aceitamos conversar com o superintendente. Queremos o seu retorno imediato para darmos início as negociações??, afirmou Oliveira.
Dentre as reivindicações, os integrantes do MLST querem a melhor aplicação das políticas de reforma agrária, tais como: liberação de investimentos para a construção de novas casas nos assentamentos recém criados; novas áreas de desapropriação; estrutura para captação de água pros assentamentos; melhores estradas para o escoamento da produção; e liberação dos créditos fomento das famílias substituídas.
Edmilson Oliveira afirma que desde 2006 o ??movimento vem reivindicando, através de audiências e reuniões, junto a superintendência do Incra, sendo que até agora nenhum dos problemas mencionados foi resolvido??. O MLST do RN conta hoje com 22 assentamentos na região do Mato Grande. São cerca de 5 mil famílias assentadas e 850 famílias em acampamentos. O superintende adjunto do Incra/RN, Mário Moacir de Almeirda, diz que o Instituto tem trabalhado de forma eficiente para atender todas as reivindicações. ??Estamos realizando regularmente o levantamento informativo das propriedades, pesquisas de cartório de muitos imóveis no RN para obtenção de terras pros assentamentos. Mas, esse é um processo que requer tempo e estudos aprofundados. Não podemos, simplesmente, desapropriar fazendas automaticamente??, disse.
Márcio Moacir afirma que está sendo passado o Crédito Básico às famílias assentadas do semi-árido, no valor de R$10.900, para que, no período de seis meses, sejam desenvolvidos os projetos. O superintendente adjunto lembra ainda que foi firmada uma parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) para desenvolver projetos de obtenção de água aos assentamentos. FONTE: Diário de Natal