O diretor-executivo do Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo), Gustavo Ungaro, disse ontem que o governo do Estado "não se move pressionado por invasões" de fazendas. Desde domingo, dez propriedades foram invadidas no Pontal do Paranapanema.
Responsável pela condução da questão fundiária em São Paulo, Ungaro afirmou que a onda de invasões e as críticas de líderes sem terra ao projeto que regulariza áreas na região do Pontal são "improcedentes".
"Qual é o alvo das críticas? Uma iniciativa democrática e legal para solucionar o problema [do conflito fundiário] no Pontal? Deveria ser motivo de elogio, não de críticas", disse.
A iniciativa do Estado de propor o projeto que regulariza áreas acima de 500 ha supostamente devolutas na região foi uma das razões alegadas por José Rainha Jr. para promover a operação "Carnaval Vermelho". Desde domingo, dez fazendas foram invadidas na região por uma ala do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ligada a Rainha e pelo MST "oficial".
Outras quatro invasões estão previstas para ocorrer até o final de semana.
O projeto, que deve começar a ser analisado pela Assembléia Legislativa neste mês, prevê a destinação de áreas para assentamentos em troca da regularização das propriedades.
Ungaro disse que não iria comentar críticas de Rainha. Ele evitou ainda responder se as invasões têm caráter político.
"Isso é uma reprise do ano passado. São as mesmas áreas. O mote de 2007 foi um protesto contra o governo federal e, este ano, até onde temos conhecimento, as críticas são dirigidas ao governo do Estado", disse o diretor-executivo.
Ungaro afirmou ainda que está em contato com a Procuradoria Geral do Estado para agilizar audiências para buscar acordos com os fazendeiros para arrecadação de áreas na região. FONTE: Folha de São Paulo ? SP