Redação 24HorasNews
Após ter sido duramente criticado, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais admite: há falhas nos dados da quantidade de áreas desmatadas em Mato Grosso nos últimos 5 meses de 2007, que acabaram inserindo 19 municípios do Norte do Estado na lista dos que não podem abrir áreas para expansão agrícola nem para extração seletiva de árvores para o setor madeireiro. A declaração, no entanto, não livra as cidades da proibição de abrir áreas para agricultura e extração seletiva para produção madeireira.
O estardalhaço da divulgação governamental dos questionáveis dados do INPE não chega nem perto da tímida repercussão nacional da falha, que causou mais desgastes para Mato Grosso e ameaça para a economia de diversas cidades.
Em entrevista à TV Brasil, o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, reconheceu o erro do instituto em 2007 e afirmou que os dados foram corrigidos. As divergências, segundo Câmara, ocorreram pela contagem de áreas que não foram desmatadas e de regiões que já haviam sido contabilizadas. "Corrigimos os dados para toda a Amazônia, os números que estão disponíveis na internet são os corrigidos", reiterou.
O presidente Lula demonstrou não ter gostado do "alarde" do INPE e disse que o setor do agronegócio não pode ser considerado culpado, defendendo cautela na análise dos dados.
O governador Blairo Maggi afirmou, em Sinop, após acompanhar os ministros do Meio Ambiente, Justica e Reforma Agrária na inspeção no município de Marcelândia - apontado como líder em desmates - que órgãos ambientais do Estado verificaram discordâncias entre a situação do desmatamento e os números apontados pelo Inpe. "Até no sobrevôo hoje ficou muito evidente que algumas anomalias com incêndios em florestas foram consideradas como desmatamento, por isso têm aparecido essas diferenças" - apontou.
Maggi afirmou que em 2007 o Inpe errou nas estimativas de desmatamento entre os meses de abril e agosto, o que justificaria o pedido de revisão para o período entre agosto e dezembro. Na avaliação do governador, após a revisão, a configuração da lista de principais desmatadores deverá mudar.
"Em que posição eles [municípios de Mato Grosso] vão se encaixar eu não sei, não estou dizendo que não houve desmatamento na região; eu sei que houve tanto desmatamento autorizado como, certamente, também desmatamento não autorizado. Mas precisamos aproveitar esse momento para fazer uma análise profunda de como é que os dados estão sendo trabalhados", afirmou, em entrevista à Agência Brasil.
Será feita revisão mas a ministra Marina Silva, após reunião com lideranças política em Sinop, -marcada por divergências com o governador Blairo Maggi, sobre os índices- disse que, enquanto não sairem os novos dados, os municípios mato-grossenses (dentre eles Marcelândia, Paranaíta, Juara, Juína, Alta Floresta) continuam com as restrições do decreto: não pode ser derrubada nenhuma árvore. As madeireiras que têm projetos de manejo florestal aprovados não serão afetadas, inicialmente, com o decreto do Governo Federal. FONTE: 24 Horas News ? MT