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SÃO PAULO - O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), encerrou o ano de 2007 com inflação de 7,75%, o maior patamar desde 2004, quando o indicador avançou 12,41%. Em 2006, a taxa ficou em 3,83%.
O IGP-M é o principal indexador usado nos reajustes de aluguéis e também corrige tarifas de energia elétrica e contratos privados de prestação de serviços.
O resultado de 2007, superou as expectativas dos analistas que previam alta de 7,29% este ano, conforme relatório de mercado elaborado pelo Banco Central (BC) com cem instituições financeiras.
O Índice de Preços por Atacado (IPA), que representa 60% no cálculo do índice geral, subiu 9,19% em 2007. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), responsável por 30% do cálculo total, atingiu 4,64% entre janeiro e dezembro deste ano. Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que representa 10% do IGP-M, expandiu-se 6,04%.
Alimentos
Os preços agrícolas, particularmente de alimentos, foram os grandes vilões do IGP-M no ano, tanto no atacado quanto no varejo. Dos 7,75%, cinco pontos percentuais são da cadeia agroalimentar. Do Índice de Preços do Atacado (IPA), que compõe o IGP-M e fechou o ano com alta de 9,19%, soja, milho e bovinos responderam por 4,36 pontos percentuais. Da variação de 4,64% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), os alimentos responderam por 2,7 pontos percentuais. Do IPA, enquanto os produtos agrícolas fecharam o ano com aumento médio de 24,22%, a alta dos produtos industriais foi de 4,24%. No IGP-M, a soja subiu 38,71% e o milho, 51,27%.
Pressão em dezembro
Em dezembro, o IGP-M em 1,76%, superando o 0,69% visto um mês antes. O Índice de Preços por Atacado (IPA), que representa 60% no cálculo do índice geral, avançou 2,36%, contra 0,97% em novembro. Os preços dos produtos agrícolas subiram 5,95% contra 2,63% do penúltimo mês deste ano. Os produtos industriais aumentaram 1,02%, superando o 0,36% passado. O destaque no IPA foi a aceleração do indicador referente a Matérias-Primas Brutas, que saiu de um acréscimo de 1,79% para 5,09%.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), responsável por 30% do cálculo total, ficou em 0,67% em dezembro frente a uma elevação de apenas 0,04% no mês anterior. Das sete classes de despesa que formam o índice, quatro apresentaram aumentos em suas taxas de variação. O grupo que mais contribuiu para o avanço foi Alimentação, que abandonou uma queda de 0,10% para uma expansão de 1,73%.
Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que representa 10% do IGP -M, teve elevação de 0,43%, após crescer 0,48% na medição de novembro. Dos três grupos componentes do indicador, somente Mão-de-Obra apresentou ampliação em sua taxa de variação, indo de 0,21% em novembro para 0,29% no mês seguinte. FONTE: Globo Online ? RJ