Español   /   English   /   中国人   /   Français   /   Deutsch Arrecadação  /   SisCONTAG  /   Guias  /   Webmail  /   Eventos  /   Todos os sistemas  /   Login
               
 
 
INFANTILIDADE AMAZÔNICA
Infantilidade amazônica
WhatsApp

17 de Fevereiro de 2008

TEMAS RELACIONADOS:
infantilidade amazônica

É um retrocesso culpar apenas um ministério pelo desastre que se prenuncia

Muita gente estranhou o fato de o desmatamento na Amazônia não ter sido tratado aqui nos últimos quatro meses. Justamente agora que o desmate se encontra em aceleração e o governo supostamente cogita uma mal-explicada anistia para devastadores?

É fadiga, gente. São 20 anos lendo e escrevendo sobre um debate que se arrasta a passos infinitesimais. Sim, há avanços -mais estudos, mais dados, algumas iniciativas sensatas do governo federal (o que não quer dizer que sejam suficientes). Mas há também retrocessos. O mais grave, talvez, seja ver tanta gente -de Lula a ONGs- responsabilizando (só) o Ministério do Meio Ambiente pelo desastre que se prenuncia.

Como se ele pudesse de fato fazer alguma coisa diante do trator exportador de commodities. Dá engulhos ouvir Kátia Abreu (DEM-TO) recomendar a Marina Silva que se demita por "negligência, incompetência ou traição". Justo a ruralista do grupelho de senadores para desautorizar autuações de trabalho similar à escravidão na Pagrisa, plantação de cana em plena Amazônia...

Assim caminha no Brasil -com a qualidade de bate-boca em porta de ginásio- a discussão sobre temas complexos. Quer mais? Tente acompanhar o Fla-Flu interminável dos transgênicos.

Na semana que terminou, mais um passo. Parece definitivo: o Conselho Nacional de Biossegurança (instância máxima, com 11 ministros) deu aval para uma decisão anterior da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) liberando plantio de duas variedades de milho modificado. Mas gente da Anvisa, do Ibama e de ONGs já ensaia novas exigências, recursos, processos...

Ninguém agüenta mais essa lenga-lenga de dez anos, que há muito já se descolou de um debate substantivo e maduro, capaz de avançar com base em informações empíricas. E não só por responsabilidade dos adversários dos transgênicos, note bem, que bem ou mal garantiram um mínimo de discussão pública sobre a questão.

O tema está confinado dentro de duas molduras estanques e mutuamente excludentes. De um lado, a retórica que identifica transgenia com biotecnologia, biotecnologia com ciência e ciência com progresso da humanidade. De outro, a que elege a transgenia como antítese e nêmese da agroecologia, da agricultura familiar e de um anacrônico ideário campesino-antiimperialista.

Toda a dificuldade reside em que a maioria daqueles que se pronunciam sobre a questão termina por fazê-lo optando por um dos lados, o que só perpetua a irresolução. Existem, claro, alguns quixotes independentes por aí. Gente que escreve artigos e livros que ninguém lê.

Apesar da fadiga, vai aqui recomendado um livrinho recente, bem fácil de ler: "Transgênicos, Sementes da Discórdia" (Editora Senac, 171 págs., R$ 35). É uma coletânea de ensaios organizada pelo economista José Eli da Veiga, quixote profissional. São três textos: um a favor (dos agroeconomistas José Maria da Silveira e Antonio Marcio Buainain), um contra (do agrônomo Gabriel Fernandes) e um interpretativo (do sociólogo Ricardo Abramovay).

Leitura indispensável, sobretudo para gente que ainda acredita em manter a discussão numa camisa-de-força "técnica", que restrinja "emoções". Conclui Abramovay: "Os processos democráticos pelos quais as escolhas tecnológicas, cada vez mais, são feitas pertencem ao interior mesmo da atividade científica". Vale para os transgênicos e vale para o uso da biodiversidade amazônica. Também para a pesquisa com embriões e animais, energia nuclear, mudança climática... Vamos crescer, gente?

MARCELO LEITE é autor de "Promessas do Genoma" (Editora da Unesp, 2007) e de "Clones Demais" e "O Resgate das Cobaias", da série de ficção infanto-juvenil Ciência em Dia (Editora Ática, 2007). Blog: Ciência em Dia (www.cienciaemdia.zip.net). E-mail: cienciaemdia@uol.com.br FONTE: Folha de São Paulo ? SP



WhatsApp


Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares
SMPW Quadra 01 Conjunto 02 Lote 02
Núcleo Bandeirante/DF
CEP 71.735-102

(61) 2102 2288 | Fax (61) 2102 2299
secretariageral@contag.org.br

Horário de Funcionamento:
8h30 às 12h e 14h às 18h
A CONTAG é filiada à:
Secretarias
Presidência
Vice-presidência e Relações Internacionais
Secretaria Geral
Finanças e Administração
Política Agrária
Política Agrícola
Meio Ambiente
Políticas Sociais
Formação e Organização Sindical
Mulheres Trabalhadoras Rurais
Jovens Trabalhadores(as) Rurais
Trabalhadores(as) da Terceira Idade
Comunicação
Política Nacional de Comunicação
A Assessoria de Comunicação
Comunicação Visual
Bandeiras de luta
Fortalecimento da Agricultura Familiar
Acesso à terra e reforma agrária
Políticas públicas estruturantes
Políticas Sociais para o meio rural
Paridade de gênero
Sucessão Rural
Fortalecimento dos sujeitos do campo, floresta e águas
Agroecologia
Preservação e conservação ambiental
Combate à violência no campo
Direitos dos Assalariados/as Rurais
Mobilizações
Grito da Terra Brasil
Marcha das Margaridas
Festival Nacional da Juventude Rural
Festival Juventude Rural Conectada
Encontro Nacional de Formação (ENAFOR)
Plenária Nacional da Terceira Idade
Sistemas
SisCONTAG
ARRECADAÇÃO
GUIAS E CONTRIBUIÇÕES
WEBMAIL
SISTEMA DE EVENTOS
INTRANET
JOVEM SABER
LEGISLATIVO
EDITAIS
REFORMA AGRÁRIA
Campanhas Institucionais
Campanha Nacional de Sindicalização – Sindicato de Portas Abertas
Reforma Agrária: nossa luta vale a pena
Década da Agricultura Familiar
Raízes se formam no campo – Educação Pública e do Campo é um direito nosso
Campanha contra a Grilagem
Em defesa da Previdência Social Rural
Plano Sustentar
Cuidados com o Coronavírus
Campanha pela Divisão Justa do Trabalho Doméstico