Representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Pernambuco (Fetraf) se reuniram nesta tarde para definir a situação do Engenho Amazonas, em Escada, na Zona da Mata. O engenho foi desapropriado pelo Incra em 2005 mas as 56 famílias que foram cadastradas pelo órgão ainda não tomaram posse da área. Os agricultores da Fetraf denunciaram que a Usina Ipojuca se apropriou da área.
Na reunião desta tarde ficou decidido que o Incra vai encaminhar para a Justiça Federal até a próxima terça-feira o pedido de reintegração de posse do engenho para o Incra. "O resultado da reunião foi muito bom. Colocamos para o Incra que não tinha cabimento o órgão ser dono da propriedade e a Usina ficar usufruindo do engenho, enquanto as famílias permanecem sem terra", disse João dos Santos, um dos representantes da Fetraf.
Segundo a Federação, a Usina colhia do engenho cerca de 27 mil toneladas de cana de açúcar por ano e, nesses três anos, teria faturado mais de R$2 milhões com o engenho. Outros pontos reivindicados pela Fetraf, como a distribuição de cestas básicas e liberação de crédito habitacional, também foram discutidos na reunião desta tarde. "O orçamento do Incra ainda não está disponível para Pernambuco, mas no máximo em 15 dias o crédito deverá ser liberado", disse João Santos.
Protesto - Na manhã de hoje, cerca de 70 trabalhadores ligados a Fetraf queimaram pneus e galhos de árvores e interromperam a BR 101. Os trabalhadores liberaram a via com a chegada da Polícia Rodoviária Federal e marcação da reunião com o Incra.
FONTE: Pernambuco.com - 08-04-08