Além da escassez de água e das temperaturas mais altas, nessa época do ano costumam ocorrer incêndios florestais e queimadas provocadas, geralmente, por agricultores para preparar o terreno para o plantio. A ação é danosa para a vida do solo, destrói os microorganismos responsáveis pela fertilidade da terra e prejudica também os animais.
Mesmo não sendo a melhor forma de tratar a terra, as queimadas não são proibidas por lei. Mas têm de ser feitas em áreas delimitadas, segundo Kurtis François Teixeira Bastos, coordenador estadual do Prevfogo, órgão ligado ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ele diz que são dadas orientações para a redução das queimadas, porém elas continuam sendo feitas. "O Previna (Comitê Estadual de Prevenção, Monitoramente, Controle de Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais) é o responsável pelo trabalho de educação."
Kurtis diz que a queima da vegetação não pode ser feita em horários de ventos fortes. O melhor é após às 16 horas. O agricultor deve ser orientado e avisar aos vizinhos. É o que faz Francisco Gerardo Marreiro, 61, na sua fazenda em Canindé. Ele queima a vegetação dentro do terreno cercado, o que não ocorre em outras regiões, onde se pode verificar incêndios florestais. A prática é proibida por lei porque destrói a vegetação rasteira próxima às rodovias. Para o controle, Kurtis François diz ser necessária a fiscalização constante de órgãos do controle de trânsito como Departamento de Edificações, Rodovias e Transportes (Dert), Companhia de Policiamento Rodoviário (CPRV) e Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit).
Fonte: site da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Ceará (Fetraece)