Com o objetivo de resolver a questão da venda dos equipamentos da falida Usina Central Barreiros, estão reunidos nesta segunda-feira na 18ª Vara Cível, em Recife (PE), o juiz Ossamu Eber Narita, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Amaro Biá, o diretor de política salarial da Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Pernambuco (Fetape), José Rodrigues, e o empresário Carlomberto Alves do Nascimento, de Goiás.
O impasse começou em 30 de janeiro, quando saiu liminar da Justiça que dava ao empresário o direito de retirar o maquinário da Usina. A liminar foi suspensa no dia 1º deste mês a pedido da Procuradoria Geral do Estado depois que cerca de 600 trabalhadores rurais protestaram na frente da Usina para impedir que o Parque Fabril fosse retirado do local. O destino do maquinário seria Goiás, estado de Carlomberto, que comprou todo o equipamento.
Para entender o caso
Os ex-funcionários da Usina Central Barreiros têm créditos trabalhistas da ordem de R$ 13 milhões com a massa falida da Usina. O parque fabril está avaliado em R$ 5 milhões, mas foi arrematado por R$ 495 mil pelo empresário de Goiás. O diretor de política salarial da Fetape disse que os trabalhadores não entendem por que os equipamentos foram vendidos por R$ 395 mil, já que foram oferecidas outras duas propostas com valor mais elevado (uma de R$ 1,4 milhão e outra de R$ 2,5 milhões).
O juiz alegou que essas duas últimas propostas foram apresentadas recentemente, depois da conclusão da arrematação pelo empresário. Segundo ele, o ato da venda judicial, iniciado em 2004, foi concluído pela expedição da carta de arrematação pelo próprio Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco (TJPE), inclusive havendo depósito judicial no valor de R$ 365 mil.