No município de Igarapé-Miri, a 141 quilômetros de Belém, cerca de 200 jovens trabalhadores rurais se reuniram nestes dias 17 e 18 para discutir o tema “Juventude do Campo, Educação, Trabalho e Garantia de Direitos”. Foi o I Encontro da Juventude do Campo do Baixo Tocantins, que contou com a participação de jovens do Movimento Sindical de Trabalhadores Rurais e também de outros movimentos sociais. O encontro foi uma iniciativa do Fórum Paraense de Educação do Campo, e contou com o apoio da FETAGRI-PA e dos sindicatos dos municípios que formam a região do Baixo Tocantins II. Na tarde de ontem (17) foi realizada uma mesa redonda com a participação da secretária de Jovens da CONTAG, Mônica Bufon Augusto, do secretário de Jovens da FETGRI-PA, Moisés de Souza Santos, e do professor da Universidade Federal do Pará e coordenador do Fórum Parense de Educação do Campo, Salomão Mufarrej.
Hoje, os(as) jovens produziram e entregaram a representantes do Ministério Público do estado uma carta na qual apresentaram os desafios enfrentados pela juventude rural, com o objetivo de obter o apoio dos procuradores para que o Estado garanta o cumprimento dos direitos da juventude rural à educação, saúde, acesso à terra, políticas públicas de apoio à produção e geração de renda, entre outros. Para a secretária de Jovens da CONTAG, Mônica Bufon Augusto, foi uma enorme satisfação participar do encontro. “Foi possível compreender a realidade dos e das jovens da região, todos os desafios. O debate foi muito produtivo porque a juventude de lá está bastante empoderada, sabe quais são suas demandas, o que querem, o que precisam”, afirmou Mônica. O secretário de Jovens da FETAGRI-PA, Moisés Souza Santos, agradeceu a presença e participação de todos(as) os(as) jovens pelo debate cheio de questões e proposições. “A juventude rural está viva e acordada para o que está acontecendo. Temos lutado firmemente para resistir ao golpe e contra a retirada de direitos. Somos o presente e estamos construindo o futuro. Vamos pautar o Ministério Público porque não queremos que fechem nossas escolas e nenhum outro tipo de retrocesso para a agricultura familiar e para os jovens do campo”, reforçou Moisés.
O secretário de Jovens do Sindicato dos Trabalhadores(as) Rurais de Igarapé-Miri, Manoel Soares, acredita que o encontro é uma importante oportunidade para que os jovens rurais se empoderem ainda mais e compreendam a importância da união para a luta. “A ideia é sair com propostas e encaminhamentos sobre de que forma vamos lutar por nossos direitos. A juventude que muito sonha vai também encaminhar e fazer acontecer. Queremos nossos direitos, políticas públicas realmente voltadas para o jovens, principalmente porque houve muitos cortes que vão prejudicar as futuras gerações”, contou Manoel. Fórum Paraense de Educação do Campo O Fórum Paraense de Educação do Campo é formado por instituições universitárias públicas do estado do Pará, além de movimentos de educação e de representantes das secretarias de educação do governo estadual e municipais. Existem ainda oito fóruns regionais dentro do estado. De acordo com o coordenador do Fórum, Salomão Mufarrej, a ideia do encontro é reunir os jovens para dialogar sobre os grandes temas necessários para que a juventude permaneça no campo e se desenvolva. “Estamos debatendo a educação, a geração de renda, a cultura, o protagonismo juvenil na organização social e na mobilização por seus direitos”, explica o professor. “Toda proposta de mobilização política é importante, mas, no caso da juventude rural, é crucial: se o(a) jovens não ficar no campo, este terá sérios problemas de sustentabilidade. E a juventude não vai ficar no campo se não tiver oportunidade de se sustentar, de se desenvolver”, completa Salomão.
FONTE: Secretaria de Jovens da CONTAG