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HOMEM QUE FEZ A DENÚNCIA CONTA
Homem que fez a denúncia conta a fraude do leite em detalhes
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28 de Outubro de 2007

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homem que fez a denúncia conta

Fantástico; O Globo Online

RIO - O autor das denúncias de fraude contra duas cooperativas de leite do sul de Minas Gerais revelou os detalhes da adulteração. Em entrevista exclusiva ao programa "Fantástico", da Rede Globo, ele contou que testemunhou tudo em julho deste ano. Ex-funcionário de uma das empresas acusadas, disse que descobriu que botavam água oxigenada e soda cáustica no leite em conversa com os próprios colegas:

- Descobri que a empresa estava fraudando o leite através de depoimento de outras pessoas, os próprios funcionários começaram a falar entre si. O pessoal estava colocando mistura no leite, soda. Punha soda, punha açúcar, água oxigenada, várias outras a fim de exatamente fraudar o leite e não deixar vestígio - conta.

Ele conta que alguns funcionários evitavam beber o leite que produziam:

- Vários bebiam, outros ficavam com medo e nem comentavam muito. Para pessoas mais próximas da família, eu orientava a não beber leite, esse tipo de leite.

A Polícia Federal começou a agir quando o ex-funcionário procurou uma delegacia para contar tudo o que testemunhou. Na segunda-feira passada, policiais federais deram início à operação Ouro Branco e prenderam 27 pessoas em Passos, no sul de Minas, e em Uberaba, no Triângulo Mineiro. O autor das denúncias conta que nem todos os funcionários sabiam da fraude:

- Alguns sabiam, outros não. Isso aí era para poucas pessoas que estavam usando o laticínio mesmo para ganhar dinheiro em cima. Participar eu nunca participei disso, mas indiretamente a gente não gostava de adulterar o leite. Por exemplo, é alimento básico das crianças, das pessoas mais velhas, idosas.

O esquema criminoso, e muito lucrativo, pode ter acontecido em outros estados. O homem que trouxe a fraude de leite à tona afirma que, a cada 100 mil litros de leite, a cooperativa ganhava 10 mil litros.

- Essa proporção era na base de 10% que eles punham essa mistura, já com água, claro, não que tenha 10% de soda ou de ácido, esse extremo assim, esses produtos na verdade eram bem pouco que colocava, mais era água mesmo - diz ele.

Segundo o ex-funcionário, a adulteração vinha ocorrendo há mais de um ano. A denúncia foi comprovada em menos de dois meses. Exames feitos pelo Ministério da Agricultura em agosto, a pedido da PF, comprovaram a suspeita de adulteração do leite produzido pelas duas cooperativas.

Amostras foram colhidas nos tanques de caminhões que transportavam leite cru. Os laudos revelaram fraude por adição de peróxido de hidrogênio, também conhecido como água oxigenada.

Treze pessoas ouvidas pela PF acusaram o engenheiro químico Pedro Renato Borges, preso na operação, de ser o autor da fórmula de adulteração do leite. Ele foi solto neste sábado por decisão da Justiça:

- No decorrer do interrogatório, percebemos que mais de 15 interrogados indicavam como sendo um químico do estado de São Paulo que teria fornecido a fórmula. Imediatamente representamos ao juiz federal que concedeu o mandado de prisão e procedemos a prisão desse químico - afirma o delegado da Polícia Federal Ricardo Ruiz Silva.

O leite produzido nas fazendas era vendido para as cooperativas. Ali ele era adulterado com dois objetivos: aumentar o volume e mascarar a má qualidade do produto. Primeiro, era adicionado o soro, que é a sobra da fabricação de queijo, muitas vezes usado para alimentar porcos. Depois se misturava água oxigenada, para matar as bactérias do leite contaminado pelo soro e aumentar o prazo de validade. E em alguns casos, também se jogava soda cáustica, para baixar a acidez da mistura.

- Prejuízo nutricional ocorre, há comprometimento muito severo de proteínas que são consideradas essenciais para o ser humano e conseqüentemente afetam toda a linha de produção daí para frente - diz Leorges Fonseca, do Laboratório de análise do leite da UFMG

Depois do primeiro depoimento do homem que revelou o esquema do leite, a fraude foi confirmada por mais três pessoas. Eram ex-funcionários da cooperativa Casmil, de Passos. Um deles declarou que a empresa comprava leite azedo e alegou que era orientado a adicionar produtos químicos para "recuperar o leite". Entre eles, citou água oxigenada e soda cáustica.

O ex-funcionário contou que subia nos caminhões de leite e fazia a adulteração ali mesmo, dentro dos tanques. Em depoimento, disse: "As substâncias químicas eram tão fortes que queimavam as mãos. Em contato com elas, o leite chegava a borbulhar".

- O cidadão que imagina estar consumindo leite, ele está consumindo qualquer outra coisa, menos o leite - diz o promotor de Justiça Cristiano Cassiolato.

O "Fantástico" também teve acesso, com exclusividade, aos depoimentos de dois dos principais envolvidos na fraude na outra cooperativa, a Coopervale, de Uberaba. Os dois descrevem com detalhes a fórmula da adulteração: soda cáustica, sal, açúcar, citrato de sódio, ácido cítrico e água. O objetivo ali era o mesmo: aumentar a durabilidade e o volume do leite.

Um dos ex-funcionários da Casmil acusou os fiscais do SIF - Serviço de Inspeção Federal, que é ligado ao Ministério da Agricultura. Afirmou que eles sabiam do esquema criminoso, mas faziam "vista grossa".

Das 27 pessoas presas na segunda-feira, dois eram fiscais do Ministério da Agricultura. Em nota, o Ministério informou que eles vão responder a processo e, se comprovado envolvimento na fraude, serão demitidos.

Os donos das duas cooperativas denunciadas, em Minas Gerais, estão presos na penitenciária de Uberaba. FONTE: O Globo ? RJ



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