O dia 12 de novembro é considerado Dia do Pantanal por força de resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) , em memória à morte do ambientalista e jornalista Francisco Anselmo de Barros.
Francelmo, como era conhecido, dedicou-se durante 25 anos à luta pela preservação do Pantanal, e em 2005, num ato de protesto contra usinas de cana na região, ateou fogo no próprio corpo, no centro de Campo Grande.
O bioma do Pantanal cobre uma área de 620 mil quilômetros quadrados, abrangendo também partes do Brasil, do Paraguai e da Bolívia. Já a planície pantaneira se estende por mais de 200 mil quilômetros quadrados dos territórios do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul.
No Pantanal podemos encontrar matas, cerradões, savanas, com espécies como cambará-lixeira, canjiqueira, carandá, entre outras espécies vegetais que abrigam mamíferos, aves, répteis e peixes, a exemplo da onça pintada, jiboia, o tuiuiú, o jacaré-do-pantanal, o peixe pintado, e etc.
Por sua importância para o meio ambiente, o Pantanal é reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e Patrimônio Nacional pela Constituição Federal.
Guardando e convivendo em harmonia com esse importante bioma brasileiro estão os povos tradicionais e originários (agricultores e agricultoras familiares, pescadores e pescadoras artesanais, ribeirinhos e ribeirinhas, indígenas e quilombolas), que diariamente lutam contra a destruição do Pantanal provocada pelo modelo de produção do agronegócio (pecuária extensiva e monocultura das plantações de soja, milho e de outros grãos), causando desmatamento, queimadas, poluição pelos agrotóxicos, entre outras ações que historicamente contribuem para a destruição do Pantanal.
Pantaneira fazendo o extrativismo do aguapé para artesanato. Foto: Associação Renascer Comunidade Tradicional Pantaneira - Barra de São Lourenço.
Recentemente, essa destruição do Pantanal provocada por queimadas tornou-se pauta do dia e urgente, não só no Brasil, mas em todo o mundo, devido aos inúmeros incêndios provocados pela ação humana, e em grande parte, criminosos.
De acordo com informações registradas pelo Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologias e Inovações, comprovam um crescimento do número de queimadas no Pantanal de 210% neste ano - passando de 4.660 para 14.489 focos de incêndio de relação ao ano passado.
Devastação no Pantanal após queimadas Foto: SOS Pantanal
Essa quantidade de queimadas já fez o Pantanal perder cerca de 15% do seu território, o que representa aproximadamente 2,2 milhões de hectares do bioma. Só nos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, mais de 1 milhão de hectares foram deteriorados por conta do fogo.
Conter as queimadas e os vários problemas ambientais que afetam o Pantanal, envolve diversos fatores, a exemplo da conscientização do homem, e também que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) implemente políticas públicas concretas, que mantenham as áreas verdes e intensifique as fiscalizações..
Também é preciso que os governos federal, estaduais e municipais garantam orçamento para ações de prevenção, e de combate ao desmatamento e as queimadas.
Se essas medidas de prevenção não forem observadas e respeitadas tende a piorar. Inclusive há rumores nos bastidores do poder executivo de que em 2021 a ordem é cortar 20% do orçamento do MMA, o que se configura em uma estratégia governamental que deliberadamente visa enfraquecer a proteção ambiental no Pantanal e em todo o Brasil, diz a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Rosmarí Malheiros.
Apesar da visão equivocada do governo e da falta de conscientização dos grandes latifundiários (pecuaristas e de monocultura), a CONTAG, Federações e Sindicatos filiados seguirão no combate a essa situação, intensificando o debate para a construção de alternativas que preservem a humanidade e o meio ambiente no Pantanal.
Viva ao Pantanal!
Viva aos povos tradicionais e originários pantaneiros!
A CONTAG seguirá na luta pela preservação desse importante bioma brasileiro! FONTE: Comunicação CONTAG, Barack Fernandes, com informações da Secretaria de Meio Ambiente da CONTAG