DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Com base em investigações e depoimentos de testemunhas, a Agência de Inteligência da Brigada Militar detectou a atuação de uma espécie de grupo de elite do MST, armado e encapuzado, durante invasões de fazendas no interior do Rio Grande do Sul. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) nega.
Segundo a Brigada Militar, grupo de aproximadamente dez homens armados faz batidas antes das invasões, geralmente de madrugada, para expulsar caseiros, capatazes ou famílias que estão no local.
Esse grupo foge do local antes de, algumas horas mais tarde, chegarem os ônibus com famílias de sem-terra -carregando instrumentos de trabalho como enxadas e foices- para a invasão propriamente dita.
Um tenente da Brigada Militar, que preferiu não se identificar, afirmou que a polícia não consegue deter o grupo armado porque as propriedades invadidas são de difícil acesso, o que dificulta o flagrante. Segundo ele, os homens chegam armados com revólveres e espingardas, mas também pegam armas dos fazendeiros e capatazes.
A presença desse grupo armado passou a ser investigada neste ano, a partir do relato de testemunhas. A atuação do grupo de elite limpa o terreno e facilita a entrada dos invasores, segundo a polícia, e ainda permite que os representantes do movimento digam que a tomada da fazenda foi feita por famílias desarmadas.
O modus operandi descrito pela Agência de Inteligência é rejeitado pelo MST. O movimento nega que atue dessa forma ou que pessoas ligadas ao movimento entrem com armas de fogo nas fazendas. Os conflitos entre polícia, ruralistas e sem-terra vêm se acentuando no Estado neste ano. Ficaram feridos 33 sem-terra, 8 policiais e nenhum ruralista. FONTE: Folha de São Paulo ? SP