O 16º Grito da Terra Brasil aconteceu hoje (12) em Brasília, reunindo mais de sete mil pessoas e teve consolidadas políticas públicas conquistadas ao longo das edições anteriores. O presidente da Fetag-RS, Elton Weber, conta que a delegação gaúcha levou 300 lideranças, sendo a metade de mulheres e jovens. Ele defendeu que o governo realize questões concretas da agricultura familiar, mas que também implemente os programas já existentes. Conforme o diretor-tesoureiro da Fetag-RS, Amauri Miotto, uma das questões fundamentais asseguradas neste Grito é a garantia de renda, a grande conquista dessa negociação. Além da continuidade da garantia de recursos para os financiamentos de custeio e investimento no Plano Safra 2010/2011, na ordem de R$ 16 bilhões, houve a garantia da comercialização através de recursos de R$ 1 bilhão, disponibilizados no Programa de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) e também no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com 20% dos recursos oriundos do Ministério da Agricultura e Pecuária destinados à aquisição de alimentos da agricultura familiar para doação simultânea ou formação de estoques. Miotto diz que ainda há recursos do Ministério do Desenvolvimento Social da ordem de R$ 2 bilhões e que isso totaliza cerca de R$ 20 bilhões para plantio, investimento e comercialização da agricultura familiar. O dirigente lembra que a renda é a principal reivindicação e que o governo parece ter entendido isso. Miotto explica que houve outros avanços, a exemplo do reconhecimento da agricultura familiar como uma atividade de interesse social; o crédito fundiário, com o aumento de R$ 40 mil para R$ 80 mil na aquisição de áreas, entre outras demandas atendidas. Nesse Grito da Terra Brasil, as lideranças foram recebidas pela primeira vez pelo ministro da Saúde, José Temporão, o que contribuiu para os avanços nas negociações. Já o Ministério da Previdência Social assumiu o compromisso de contratar 500 médicos peritos para melhorar o atendimento dos trabalhadores rurais. Miotto informa que, quanto à pauta do endividamento, seguem as negociações.
A mobilização O dia foi cheio em Brasília. Milhares de trabalhadores rurais chegaram à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, às 5h30min, e participaram da assembleia geral às 8h, quando os manifestantes deram as mãos e pediram que as reivindicações fossem atendidas. Em frente ao caminhão de som foi montado um mosaico do mapa do Brasil, representando a diversidade do movimento sindical. Às 10h30min, ocorreu ato público em frente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário. Uma hora depois, o presidente Lula recebeu comissão da Contag e das Fetags no Centro Cultural do Banco do Brasil. À tarde, houve passeata até o Ministério do Trabalho e Emprego para cobrar do ministro Carlos Luppi agilidade para os processos de registro sindical e o posicionamento do governo federal contra a prática de divisionismo sindical no campo. Em seguida, nova caminhada até o Congresso Nacional, quando os manifestantes cobraram dos parlamentares a aprovação de projetos como a PEC contra o trabalho escravo e os que tratam da remuneração pela prestação de serviços ambientais, do enquadramento sindical, entre outros. Foi neste momento, na frente do Congresso Nacional, que a Contag apresentou as respostas do governo federal às reivindicações do Grito da Terra Brasil. O encerramento das manifestações aconteceu às 18h. FONTE: Comunicação da Fetag-RS