Por Redação - Brasília
A comunidade quilombola Brejo dos Crioulos, em Minas Gerais, obteve o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Esse é um importante passo rumo à regularização da área, localizada nos municípios de São João da Ponte e Varzelândia, no norte do estado.
O RTID é um documento minucioso, que inclui o relatório antropológico da comunidade e o levantamento de toda a cadeia dominial dos imóveis localizados na área pleiteada. No caso de Brejo dos Crioulos, a área soma mais de 17 mil hectares. Nela foi identificada a existência de mais de 100 imóveis particulares.
- A regularização de territórios quilombolas compara-se ao processo de reforma agrária, no que diz respeito à complexidade da legislação. Mesmo assim, temos feito todo o possível, dentro de nossa capacidade operacional e obedecendo aos trâmites legais, para atender às demandas crescentes dessas comunidades no estado, afirmou o superintendente do Incra em Minas Gerais, Marcos Helênio Pena.
Desde 2003, com a publicação do Decreto Presidencial 4.887, que regulamenta o procedimento para reconhecimento e titulação das terras ocupadas por remanescentes dos quilombos, o Incra é o órgão competente para lidar com a questão.
Com a publicação e divulgação do RTID, abre-se prazo de 90 dias para a contestação dos interessados - detentores de domínio, ocupantes e confinantes do território analisado - através do encaminhamento de recursos à Superintendência Regional do Incra em Minas Gerais.
O Serviço de Regularização de Territórios Quilombolas do Incra/MG conta com uma equipe multidisciplinar composta por uma antropóloga, dois engenheiros agrônomos, um procurador federal e dois agrimensores. Além de Brejo dos Crioulos, outros oito processos estão em andamento: o das Comunidades Família dos Amaros, Mumbuca, Gorutuba, São Domingos, Mangueiras, Luizes, Machadinho, e Marques.
Atualmente, há 88 processos de regularização de territórios quilombolas instaurados na Superintendência Regional do Incra em Minas Gerais. O número coloca o estado em terceiro lugar quanto à existência de comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Cultural Palmares. FONTE: Correio do Brasil