O Ministério da Fazenda deve anunciar na segunda-feira (28) uma decisão sobre a renegociação das dívidas do setor agrícola a serem pagas no primeiro trimestre de 2008. O anúncio foi feito pelo presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, deputado Marcos Montes (DEM-MG), que esteve reunido nesta quinta-feira com o ministro da agricultura, Reinhold Stephanes. Os dois participaram de reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir o assunto.
A dívida total do setor agrícola é estimada em R$ 140 bilhões, de acordo com o ministro da Agricultura. O problema apontado durante a reunião com Guido Mantega foi o adiamento pelo governo da apresentação de um plano para a renegociação das dívidas. A proposta seria apresentada no fim do ano passado, mas foi adiada para março deste ano.
Com o adiamento, dívidas que vencem em janeiro, fevereiro e março terão que ser pagas de acordo com as regras vigentes. A reivindicação dos produtores é que o vencimento das dívidas referentes a esses três meses seja adiado para permitir que esses débitos também sejam beneficiados pelas novas regras que serão anunciadas pelo governo em março. "Essas dívidas entrariam nas renegociações, mas as renegociações não aconteceram. Então, seria correto também prorrogar essas dívidas. É manter o conceito que tinha sido anteriormente estabelecido", concordou o ministro Reinhold Stephanes.
Pequeno produtor
O deputado Marcos Montes lembrou que o maior prejudicado com o adiamento do anúncio do plano de renegociação é o pequeno produtor. Segundo ele, 80% das dívidas são de pequenos e médios produtores. "O agronegócio vai bem, mas o produtor vai mal", argumenta o parlamentar, lembrando que quem tem lucrado com os resultados na área agrícola, na verdade, são os grandes produtores e os exportadores.
O parlamentar estima que, entre janeiro e março, o valor da dívida agrícola seja de R$ 30 bilhões. Ele disse que conta com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, que também participou da reunião, para fazer a intermediação e garantir um acordo entre Executivo e Congresso na renegociação. FONTE: Agência Câmara ? DF