Paulo Darcie
O Ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, informou que o repasse no valor de R$ 3,2 milhões ao Estado do Piauí prometido há quatro meses para programas de combate à seca já está sendo empregado com essa finalidade pelo Exército Nacional.
Segundo o ministro, por falta de agilidade por parte do governo do Piauí ao apresentar toda a documentação necessária para a criação do convênio de execução desse serviço, o ministério optou por essa outra alternativa, que apresenta menos dificuldades burocráticas.
Ontem, o Estado revelou que 1 milhão de pessoas sofrem com a seca no Piauí. No total, 6 Estados estão em situação de emergência por conta da falta de chuva.
O ministro afirma que a requisição da Secretaria de Defesa Civil do Piauí para receber os serviços da Operação Pipa foi feita na primeira semana de julho - e até o dia 20 de setembro a documentação necessária não havia sido apresentada.
"Conversamos com o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), e optamos por esse caminho menos burocrático. Dos R$ 3,2 milhões do convênio, o Exército já está usando R$ 2,8 milhões nas operações com os caminhões", afirma. "Felizmente existe a lei e não podemos passar por cima dela", completa.
O ministro afirmou também que os caminhões-pipa operados pelo Exército estão presentes em 65 cidades do Estado. Ao todo são 103 municípios atendidos por caminhões-pipa no Piauí. O Projeto Pipa é uma parceria entre o ministério e o Exército, que só pode distribuir a água com autorização da pasta. Outros 57 caminhões são operados e bancados pelo governo estadual.
Além das 150 cidades piauienses já incluídas no projeto, o ministro sugere que o Estado estude melhor a situação de outras cidades, para que seu pedido de inclusão saia o mais rápido possível. "Não é só anunciar que o dinheiro chega na hora, existem regras."
TOUROS
Quanto à cidade de Touros, RN, onde a reportagem apontava a falta de caminhões-pipa, o ministro Geddel Vieira Lima afirma que o pedido de inclusão no Projeto Pipa foi feito no dia 3 de novembro. No dia 6, o ministério pediu ao Exército a inclusão do município, que deve começar a ser atendido no prazo entre 15 e 20 dias após a requisição. "O Exército ainda não começou devido ao grande volume de trabalho que ele tem", afirmou o ministro.
Outro problema apontado pela população é a distância que a adutora de água passa do município. Cerca de 600 famílias estão sem acesso à água, pois a adutora não chega à zona rural do município.
"Isso não é um problema direto do Ministério da Integração Nacional. Adutora é uma coisa que envolve desde a administração municipal até o ministério. Não temos nenhum registro quanto a isso aqui." FONTE: Estado de São Paulo ? SP