É com muito pesar que todos e todas que fazem o sistema Contag, lamentam a morte do escritor uruguaio Eduardo Galeano, que nos deixou nesta segunda-feira (13), aos seus 74 anos em Montevidéu, vítima de complicações de um câncer de pulmão.
A morte de Eduardo Galeano, um dos mais importantes escritores do nosso continente latino-americano é uma grande perda para todos e todas que lutam por uma América Latina mais inclusiva, justa e solidária.
História!
Nascido em Montevidéu no dia 3 de setembro de 1940, Eduardo Galeano começou muito jovem no jornalismo e nos mais variados gêneros literários como o ensaio, a poesia e a narrativa. Ensaísta, historiador e ficcionista, publicou mais de 30 livros, quase todos traduzidos no Brasil. Ele é autor da obra "As veias abertas da América Latina", em que denunciou a opressão e amargura do continente e que foi traduzido para dezenas de idiomas.
Eduardo Galeano foi o primeiro a receber o título de Cidadão Ilustre do Mercosul, a homenagem se deu em razão da contribuição de sua obra à cultura, à consolidação da identidade latino-americana e à integração regional. Mais tarde, outras figuras relevantes também foram homenageadas, entre elas Lula.
O escritor, que ousou mexer nas cicatrizes mal fechadas de um continente marcado por exploração e resistência, trouxe à tona as mazelas das veias que nunca fecharam da América Latina. A obra de Galeano ensinou a diversas gerações de latino-americanos sobre a liberdade, a democracia, a humanidade e a importância do abraço.
Em As veias abertas da América Latina, publicado em 1971, Galeano analisa a história do continente desde a invasão espanhola até o período contemporâneo, em que a exploração continua, porém de outra forma, por meio da dominação econômica estadunidense. A obra, que se tornou um clássico da literatura de esquerda latino-americana, foi fundamental para a afirmação de uma identidade continental dos povos da região.
A publicação de Galeano era tão identificada como sendo uma obra revolucionária e de esquerda, que foi banida na Argentina, Chile, Brasil e no Uruguai, durante as ditaduras militares nesses países. Galeano chegou a ser preso em solo uruguaio, e depois obrigado a se exilar, primeiramente na Argentina, e depois, na Espanha.
Galeano sofreu a repressão da ditadura uruguaia e foi exilado na Argentina, onde teve seu nome colocado na lista dos esquadrões da morte com a chegada do golpe militar liderado pelo general Jorge Videla. Naquele período de ascensão dos regimes ditatoriais em todo o continente, viveu na Espanha e iniciou sua trilogia Memória do Fogo. Só voltou ao seu amado Uruguai em 1985, depois da redemocratização do país.
Direção da CONTAG FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG- Barack Fernandes