Os trabalhadores e trabalhadoras rurais da fruticultura do Vale do São Francisco realizaram três dias de negociação coletiva, em Pernambuco. No último dia do encontro, 25 de janeiro, os assalariados e o setor patronal suspenderam a convenção 2008/2009 devido aos entraves em diversas cláusulas da proposta.
Os trabalhadores reivindicam o piso salarial de R$ 455 e ajustes no contrato de safra. O secretário de assalariados e assalariadas rurais da Contag, Antônio Lucas ressalta que a negociação no Vale do São Francisco é muito participativa, pois envolve cerca de 200 delegados e delegadas sindicais, além dos trabalhadores das empresas. "Esse é o grande ganho que o movimento sindical tem ali naquela região, a participação de todo o movimento, próximo da realidade da classe trabalhadora".
O encontro anual, que reúne representantes de mais de 120 mil trabalhadores rurais e a classe empresarial, discutiu uma pauta de reivindicações com cerca de 90 cláusulas de caráter social e econômico. Antonio Lucas analisa a convenção de forma positiva, apesar da tensão e expectativas que cercam as questões econômicas.
Uma das dificuldades, segundo ele, é que os empresários nordestinos querem se basear no salário mínimo para aumentar o piso da categoria. "A discussão tem que ser em cima dos ganhos da empresa", afirma. Uma nova negociação no Vale do São Francisco está marcada para 12 de fevereiro.