A CONTAG, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Sergipe (FETASE) e outros movimentos sociais comemoram a formatura da primeira turma em Licenciatura em Educação do Campo no estado. Esta foi uma parceria da Universidade Federal de Sergipe com as organizações, em especial a FETASE, onde 45 pessoas, entre dirigentes da Federação, do MST, do MPA, do MAB, quilombolas e professores da rede estadual, conseguiram concluir o curso. A colação de grau ocorreu na última sexta-feira, 7 de junho, na Universidade.
Lúcia Moura, secretária da Terceira Idade da CONTAG, acompanhou essa turma desde o início. Em 2008, quando as aulas iniciaram, a dirigente era a presidente da FETASE. “Na época, para nós, foi um desafio. Primeiro, porque tínhamos que selecionar pessoas do campo. Depois, a trajetória desse curso se deu com uma dificuldade enorme, de estrutura e financeira.” Lúcia diz que parte dos estudos foi concluída dentro do Centro de Formação da FETASE e outra na Universidade. “Estar acomodando as atividades da licenciatura foi uma conquista enorme para nós. Mas, na ocasião, era um desafio. Então, a formatura desta turma é uma vitória.”
Segundo Sirley Ferreira dos Santos, secretária de Jovens Trabalhadores(as) Rurais da FETASE e uma das formadas, o curso funcionou nos moldes da Pedagogia da Alternância, ou seja, os módulos eram divididos em períodos no Centro Acadêmico e outros em pesquisas nas comunidades rurais. “Mesmo com a falta de recursos, a FETASE e os outros movimentos contribuíram para que o curso continuasse. Vencemos através da união”, reconhece. Sirley completa que será marcada uma nova data para realizar uma cerimônia, mais precisamente uma “aula da saudade”, com a presença de todas as entidades que apoiaram a turma. “Agora, temos como desafio fortalecer e ampliar essa rede de educadores(as) que pensam a educação nos moldes da educação do campo. Queremos incluir nesse debate os gestores e a universidade para que incorporem essa política no seu cronograma”, espera.
De acordo com José Wilson, secretário de Políticas Sociais da CONTAG, a Licenciatura em Educação do Campo é resultado de um intenso processo de negociação da CONTAG e FETAGs junto ao Ministério da Educação (MEC). “A partir desse diálogo, algumas universidades aceitaram abrir o curso. Mesmo assim, houve enormes dificuldades na sua implementação, pois às vezes o repasse atrasava. Nesse problema do repasse, a federação foi determinante para que o curso tivesse continuidade. A FETASE trouxe os alunos para dentro da Federação, garantiu hospedagem, no primeiro momento garantiu também alimentação, tudo para que o curso continuasse. Então, para nós, é uma vitória.” O dirigente informa que há cursos funcionando em outros estados. “Por isso, o caso de Sergipe é uma referência e precisamos reforçar esta iniciativa cada vez mais. Como resultado das negociações do Grito da Terra Brasil 2013, o MEC anunciou a abertura de 43 cursos de Licenciatura em Educação do Campo, o que representará a formação de cerca de 15 mil jovens e lideranças sindicais e sociais nos próximos três anos em todo o país.” FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi