O valor dos financiamentos para agricultores liberados nos meses de julho a setembro deste ano supera o volume de recursos referente ao mesmo período de 2007, de acordo com o diretor de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wilson Vaz de Araújo. "Em 2007, nesses três meses foram R$ 14,2 bilhões financiados e, agora, estamos em R$ 15,5 bilhões. Do ponto de vista do crédito bancário, estamos numa situação superior", informou Araújo, acrescentando que o governo tem trabalhado para assegurar que os recursos liberados estejam disponíveis aos agricultores.
"Houve uma série de movimentos no sentido de garantir o plantio da safra que, na nossa leitura, está bastante seguro", disse o diretor, que participou ontem (20) da 36º reunião da Câmara Temática de Insumos Agropecuários.
O governo já liberou, por meio de recursos antecipados do Plano Safra 2008/2009 e da elevação da exigibilidade de aplicação dos bancos em crédito rural, cerca de R$ 10,5 bilhões. Apesar de o volume de recursos ser considerado suficiente por alguns especialistas, produtores de várias partes do país têm reclamado da dificuldade de acessar o crédito.
O aumento do valor emprestado, entretanto, não representa maior poder de investimento do agricultor. Os custos tiveram forte alta, impulsionados principalmente pelos preços dos fertilizantes, que nesta safra devem representar entre 30% e 50% dos custos de produção. Os fertilizantes chegaram a ter aumento de mais de 50% em relação ao ano passado.
Na avaliação do diretor de Economia Agrícola do ministério, ainda é cedo para dizer de quanto o setor ainda precisa. Mas ele garantiu que "o governo vai trabalhar para que as liberações continuem dentro das necessidades dos agricultores e cooperativas, até novembro", quando o plantio se encaminha para o fim.
A greve dos bancários, há mais de duas semanas, é mais um fator que tem prejudicado o acesso ao crédito. FONTE: Agência Brasil