Em meio a Audiências públicas, reuniões e caminhadas pelas ruas de Belém trabalhadores rurais da Fetagri-PA realizaram o seu vigésimo Grito da terra Pará 2011, o evento ocorreu entre os dias 28, 29 e 30 de junho. Há vinte anos que a Federação dos Trabalhadores na Agricultura realiza entre os messes de maio e junho o Grito da Terra Pará, a programação tem como objetivo apresentar as autoridades dos governos estadual e federal uma pauta de reivindicações aos órgão competentes pedindo, o fim da violência no campo e melhores qualidades de vida dos trabalhadores e trabalhadoras da agricultura familiar, o primeiro grito da terra Pará ocorreu em maio de 1991, na ocasião milhares de trabalhadores ocuparam as avenidas de Belém protestando contra o assassinato do trabalhador rural Expedito Ribeiro morto no município de Rio Maria no sul do Pará. Com o tema “O CAMPO PEDE JUSTIÇA”, o vigésimo Grito da Terra Pará deste ano veio denunciar para a sociedade paraense as diversas mortes de trabalhadores rurais ocorrida nestes últimos meses, a FetagrI em audiência no ultimo dia 10 de junho Belém com o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e ministra direitos humanos Maria do Rosário, entregou o mapa da grilagem documento com mais de quinhentas paginas (Doc. elaborado pela comissão da grilagem), e um relatório com a lista de todos os trabalhadores rurais que estão marcados para morrer no estado. Com cruzes em punho, faixas e bandeiras os milhares de trabalhadores presente no Grito da Terra Pará 2011, protestaram contra a corrupção na Assembléia Legislativa do estado do Pará e a morte do casal de trabalhadores rurais assassinados no ultimo mês de maio no município de Nova Ipixuna do Pará. José Claudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo da Silva eram lideranças do projeto Agroextrativista Prai-alta Piranheiras. Emboscados no meio da estrada por pistoleiros e executados com tiros na cabeça, tendo Zé Cláudio a orelha decepada e levada pelos seus assassinos, provavelmente Como prova do “serviço realizado”. Zé Cláudio e Maria do Espírito Santo eram estudantes do Curso de Pedagogia do Campo e Integrantes do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), ONG fundada por Chico Mendes. Audiências No primeiro dia do Grito da Terra a Fetagri-PA foi recebida pelo secretario estadual de Agricultura do Pará Hidelgardo Nunes que recebeu a pauta e se colocou a disposição para dar andamento em todas as demandas que forem de competência da sua secretaria – SAGRI. Já no dia 29 segundo dia de Grito da Terra, pelo menos mil trabalhadores rurais se concentraram enfrente a sede da superintendência do Incra de Belém para acompanhar a audiência entre Fetagri-PA, representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário, presidente nacional do INCRA Sr. Celso Lacerda, representante das três superintendências regionais do INCRA no Pará e diversos presidentes de sindicato de trabalhadores rurais, na reunião a Fetagri pediu mais agilidade na liberação dos recursos para infra-estrutura como: recuperação de estradas, perfuração de poços artesianos e construção de moradias. O presidente nacional do INCRA expos todo o cronograma de execução de demandas do órgão no estado e aproveitou que estavam presentes os superintendentes regionais da entidade e mandou um recado, “temos uma meta a ser executada e todos os agentes publico envolvidos nesta meta tem que demonstrar competência e agilidade, nem eu que sou presidente nacional deste órgão estou garantido no cargo, tenho que demonstrar que tenho competência para tocar todas as políticas e assumir o compromisso que este governo tem com os trabalhadores rurais”, o MDA representado pelo Sr. Carlos Guedes apresentou uma serie de projetos da qual o ministério já esta trabalhando para realizá-lo. No ultimo dia do evento um grande numero de trabalhadores e trabalhadoras rurais vindos de todas as regiões do estado ocuparam logo cedo a praça do operário no centro de Belém, em macha todos saíram em caminhada rumo ao Instituto de Terras do Pará ITERPA, onde foram recebidos pelo presidente do órgão Carlos Lamarão, que após ouvir todos as lideranças rurais presentes, argumentou que o estado não dispõe de infra-estrutura suficiente para executar todas as demandas apresentada pela federação. No período da tarde do dia 30 em passeata os agricultores saíram pelas ruas da cidade em direção ao tribunal de justiça do estado, onde se acamparam enfrente ao órgão, enquanto uma comissão pedia aos desembargadores e juízes mais celeridade nos processos de assassinatos no campo e a urgência na prisão dos assassinos de trabalhadores e suas mandantes. Na avaliação do presidente da Fetagri-PA o evento foi uma vitoria dos trabalhadores rurais, “o grito da terra deste ano de 2011 não começou agora já estamos a quase três meses realizando reuniões e atividades de pré-grito, estivemos em Brasília com os Ministros Justiça José Eduardo Cardozo, Maria do Rosário direitos humanos e Ministro Gilberto Carvalho denunciando a morte do Zé Claudio e da Maria do Espírito Santo e de dezenas de trabalhadores rurais que tombaram nos últimos anos em nosso estado, essa grande mobilização, o sucesso deste vigésimo grito é fruto de todos os diretores e sindicato desta federação. Em relação as pautas apresentadas aos órgão do estado não tivemos muito êxito, infelizmente o governo do Pará trabalha com morosidade nos casos extremos de violência no campo e apoio aos agricultores da agricultura familiar”. FONTE: Comunicação da Fetagri-PA