Segundo dados da Federação, 80% das plantações ficaram comprometidos. Mais de 170 municípios do Piauí decretaram estado de emergência por causa da seca que atinge 135 mil famílias no estado. Os dados são da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (Fetag-PI), que alerta ainda que o Seguro Safra só irá atender metade da população que sofre com a estiagem.
De acordo com Paulo Carvalho, secretário de política agrícola da Fetag-PI, a região mais atingida é a do Semiárido e atingiu até mesmo a resistente cultura do caju. “Tivemos uma quebra de 80% da produção no Semiárido. Na região de Picos, o caju esse ano teve uma redução de 60%, isso porque ele precisa de pouca”, pontua.
Carvalho afirma que na região de Pio IX, Caridade do Piauí, Fronteira e São Raimundo Nonato muitas comunidades têm problemas para encontrar água para consumo humano e animal. “A criação estão mantendo com muita dificuldade. A única renda que eles têm é o Bolsa Família, ou a aposentadoria de alguém. Agora vai sair o Garantia-Safra mas nem todos então cadastrados”, explica.
O dirigente estima que das 135 mil famílias que necessitam, apenas 68 mil, irão receber o benefício. “Trinta municípios não vão receber na primeira etapa que começa em 18 de outubro. A maioria dos prefeitos não pagou o acórdão, uma contribuição de mais ou menos R$ 6,50 por família, que é a contra partida da prefeitura ou porque o Ministério do Desenvolvimento Agrário não verificou os dados, ou porque foram mandados atrasados”, explica.
Solução O secretário de política agrícola da Fetag-PI diz que desde o final de abril praticamente não há chuvas no Semiárido piauiense. Mas que algumas atitudes poderiam aliviar a situação. “Nós já reivindicamos ao governo do estado que liberasse os quase mil poços tubulares lacrados e ao governo federal que equipasse esses poços. Onde não há energia, cada um deles custaria R$ 20 mil, menos do que é gasto com os carros-pipa”, diz Paulo Carvalho.
Entretanto como precipitações ainda devem demorar a cair, a Fetag-PI já estuda solicitar junto à Defesa Civil e à Conab cestas básicas para atender aos sertanejos que não foram abonados com o Seguro-safra. “Eles não têm perspectiva de receber nada. Somos contra a cesta básica, é um paliativo que não resolve o problema, mas a situação é difícil. Ainda temos outubro, novembro e dezembro para que a chuva possa vir”, finaliza Carvalho. FONTE: Comunicação da Fetag-PI