A Fetaema, através da sua secretária de Mulheres, que também responde pela Secretaria de Mulheres da CUT-Maranhão, Adriana Oliveira, vem apoiar a manifestação de aproximadamente 2 mil moradores da zona rural de Açailândia (MA) de Novo Oriente e região, que desde a madrugada de hoje (quinta–feira, 19), interditaram com toras de madeira, a única vicinal que dá acesso as obras de duplicação da Estrada de Ferro de Carajás, sob concessão da mineradora Vale.
O motivo da interdição da via se dá pelo não cumprimento de um acordo entre os trabalhadores (as) rurais e a Mineradora, firmado há dois meses junto à Prefeitura Municipal de Açailândia, onde ficou acordado a concessão de 500 horas de máquinas para o preparo de campo agrícola das comunidades, pavimentação da via de acesso do transporte escolar, melhoramento no abastecimento de água, recuperação de postos de saúde e escolas, a doação de uma ambulância para os povoados, a construção de passarelas, entre outros benefícios.
Ainda na tarde desta quita feira (19), uma equipe da Empresa Odebrech, se reunirá com as comunidades para tentar cumprir o acordo o mais breve possível. “Caso contrário, o ato será retomado e a interdição da estrada continuará. Nós estamos bastante organizados, contamos com o apoio do MSTTR, da CUT, do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos, da Paróquia de São João Batista e do MST”, declarou Francisco Martins (Tico), presidente do STTR de Açailândia.
De acordo com informações dos moradores das comunidades, é constante a morte de pessoas e animais domésticos na linha férrea que corta os povoados. Outro problema é a poluição provocada pelo minério que é levado pelo trem e as máquinas que trabalham no canteiro de obra da Empresa. “Eu sou moradora do Projeto de Assentamento Novo Oriente, onde justamente este canteiro está montado. Durante todos esses anos, já testemunhei muitos de meus companheiros(as) morrerem, outros ficarem com doenças pulmonares, de pele, cardiovasculares, e vários tipos de câncer. Por isso, repudio toda repressão da Vale contra os trabalhadores (as) rurais que vivem a margem da ferrovia Carajás”, denuncia Adriana Oliveira, secretária de Mulheres da Fetaema e CUT-Maranhão. FONTE: Assessoria de Comunicação da Fetaema